Carine narrando
capítulo 14
No dia seguinte, logo cedo, atravessei os portões do presídio com o estômago embrulhado e o coração acelerado. Não era a primeira vez que ia até lá, mas algo nessa visita pesava diferente. Talvez porque, pela primeira vez, eu não estava apenas como advogada , eu estava como mulher que tinha acabado de encarar o próprio pai e ainda sentia os ecos daquela guerra particular nos ombros e sabia que ele poderia estar desconfiando de mim .
Passei pelos detectores, apresentei a carteira da OAB, esperei o protocolo burocrático de sempre. Cada passo até a sala de visitas ecoava como martelo na consciência. Mas eu precisava estar ali. Precisava olhar nos olhos do homem que estava no centro de tudo dos processos, das ameaças, das escolhas que eu vinha fazendo.
Assim qu
