Ele é o dono do morro

1101 Words
Dante narrando Ela dança no ritmo da música, senta pro chefinho, e parece até ironia. Sorrio com a coincidência, me aproximo por trás da loira e digo: — Então você quer dar pro chefe? — falo, e ela se vira assustada. Nesse momento, nossos olhares se cruzam por alguns segundos e nenhum dos dois consegue soltar uma palavra. É nítido que ela me quer tanto quanto eu a quero. Seus olhos castanhos claros, a pele branca que contrasta perfeitamente com o cabelo loiro, e o cheiro doce que sinto mesmo à distância… p***a, eu preciso ter essa mulher. Dara: É só uma música! — responde, engolindo seco. Percebo seu sotaque. — Você é do Nordeste? Dara: Por que sempre essa é a primeira coisa que todo mundo me pergunta aqui? — Porque combina com você. É bonito. Mas olha… preciso que venha comigo. Quero te tirar daqui. A pista não é lugar pra você. Dara: Obrigada pelo elogio... e pelo cuidado, eu acho. Mas eu não tô interessada em você, e nem quero sair daqui. — Ela fala de uma vez só, firme. Eu dou um sorriso irônico. — Eu não estou te pedindo, Dara. Só vem comigo. Dara: Como sabe meu nome? — Você sempre é assim tão complicada? Dara: Você é sempre assim tão mandão? — Ela me enfrenta. Mesmo sabendo que estou armado, mesmo sendo 10x menor, mesmo não sendo daqui… ela me enfrenta. p***a… meu t***o aumentou uns 200%. A amiga dela interrompe. Luiza: Ô, ô, calma aí. O que tá rolando aqui? — Não falo nada com ela. Meus olhos continuam fixos em Dara. — Sobe, Dara. E leva tuas amigas. Agora! Dara: Não vou! — Posso te arrastar. Quer testar? — Ela suspira, olha pras meninas e faz sinal com a cabeça. Elas vão à frente. E eu? Fico atrás, sem conseguir parar de observar esse corpo absurdo. Minha mente só pensa numa coisa: vou fazer ela ficar. Não vou sossegar até conquistar essa mulher. --- Dara narrando Eu fiquei extremamente assustada quando vi aquele homem tão perto de mim. Não consegui tirar os olhos dos dele. Verdes. Ele é loiro, pele clara… e sem uma tatuagem sequer. Se não fosse a a**a na cintura, eu jamais diria que ele era envolvido. Apesar das brincadeiras com as meninas, eu nunca ficaria com um bandido. E esse bem aqui na minha frente é descartado. Mas que homem. Grande. Forte. Cheiroso. Senti o perfume quando ele chegou perto. A delicadeza não faz parte dele. Me manda subir com ele, como se fosse a coisa mais normal do mundo. E ele sabia meu nome… Como?? Penso nisso enquanto subo as escadas. Olho ao redor e vejo Geovana vindo animada em nossa direção. Geovana: Você veiooo! Que bom! — me abraça, depois abraça as meninas. — Decidimos vir de última hora. Nara: A gente quase c***u no p*u. Luiza: Esse gostoso — quer dizer, ogro aí — abordou a Dara e ela quase deu nele. — fala em sussurro, Geovana ri. Chegamos ao g***o e todos nos cumprimentam com simpatia. Geovana: Esse ogro aí é meu irmão. Ele não é muito… delicado. — Deu pra perceber. — falo, ríspida. Ele ainda me encara. O tempo inteiro. As meninas nos recebem super bem. A vibe do baile é boa, animada. Só tem um detalhe incomodando: Lion não para de me olhar. E por mais que ele seja lindo, por mais que algo nele me chame, isso não é normal. Isso aqui não é um filme. Eu e as meninas dançamos ao som de um funk antigo. — Essa aqui é relíquiaaaa! Geovana: Pra quem mora no interior, vocês são bem modernas. — rimos. — Mulher, lá não é tão interior assim! Vocês precisam conhecer. Sophia: Eu topo! Sou doida pra sair do Rio. — Voltamos a dançar, animadas. --- Música on Desce, sobe, empina e rebola Toda delícia, toda gostosa Desce, sobe, a noite toda Rebola na pista, beija na boca... --- Estamos dançando e percebo um cara bonito se aproximando. Ele parece gente boa, e o melhor: não está armado. Sinceramente? Eu nem iria querer, mas talvez seja minha chance de fazer Lion parar de me olhar. O cara dança perto e fala: Xxx: Nunca vi mulher tão linda. — Tudo tem uma primeira vez. — Ele sorri e põe a mão no meu pescoço. m*l dá tempo de pensar, e ele é arremessado longe. Fico perplexa. Xxx: Qual foi, Lion? Lion: Vaza. Essa aqui ninguém toca. — O cara nem responde. Some. — Quem você pensa que é? Lion: Você não sabe? — Se eu soubesse, não tava perguntando. Lion: Baixa tua marra pro meu lado, c*****o! — Você n******e fazer isso! Eu fico com quem eu quiser. Lion: Garota… eu posso fazer tudo. — E o que você quer? Lion: Quero você. — diz com os olhos cravados nos meus. Aquilo me atravessa por dentro. — Eu não quero você! Lion: Vai querer. — Eu vou embora. Lion: Não vai. — Como assim não vou? Lion: Curte mais um pouco. Aproveita com as meninas. Geovana te adora. Tá cedo. — E por um segundo, sinto alívio. Já tava entrando na paranoia da Nara. Me afasto dele e viro meu copo num gole só. Luiza: O que foi isso??? Nara: O cara jogou o outro como se fosse saco de lixo. Sophia: Tá tudo bem? Geovana: Não liga. Ele é meio estourado... — Quase não deu pra perceber. Tá tudo bem. Só... me assustei. Sophia: Ele fez algo contigo? Ele é bruto, mas é do bem. Geovana: Lá no fundo... — O nome dele é Lion? Sophia: Não, mas é o vulgo dele. Geovana: Todo mundo chama ele de Lion. — E por que ele fez aquilo? Eu não sou nada dele! Geovana: Quando ele escolhe uma mulher, é isso. Ele quer. — E o que eu tenho a ver com isso? Sophia: Que ele consegue tudo que quer. E a gente tem um problema. — Eu não quero ele! Geovana: Aí que tá o problema. Você não tem escolha. — Como assim? Sophia: Ele é o dono do morro. Todas: — Fudeu. A minha noite acaba aqui. A incerteza me atordoa. Brinquei tanto com essa situação e agora... tô dentro dela. As meninas continuam dançando. Luiza saiu com o PC. Vejo Nara conversando com Ravi, afastados... — Quero ir embora. Você viu a Luiza? — pergunto a Sophia. Sophia: Ela saiu com o PC. Espera um pouco, ela volta já. — Me levanto em direção às escadas. Mas sou barrada. Lion: Aonde você pensa que vai?
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