Narrado por Lion
Desde o momento em que fui atrás da Dara em Angra, já sabia. Sabia que, dali em diante, não conseguiria mais deixá-la ir. Pode parecer loucura, possessão, egoísmo... mas quando você sente algo que te consome por inteiro, você sabe que n******e simplesmente abrir mão. A conexão que tenho com a Dara não é algo que se encontra todo dia. É rara, intensa. E eu não vou permitir que ela vá embora.
Ela é muito mais do que linda, gostosa, e maravilhosa na cama — embora isso também pese. Ela é inteligente, estrategista, sabe gerir, liderar, prover... Essa mulher me completa. E eu tenho certeza de que, juntos, seríamos um casal de sucesso, o tipo que domina o mundo e fode de olhos fechados no quarto depois de tomar as decisões mais importantes da nossa vida.
Os dias passaram rápido demais. E o tal dia da partida dela chegou. Só que dessa vez... não vai ter partida. Não vai ter tchau. Dara é minha. E ela vai entender isso.
No baile, Luiza e Nara disseram que ainda não tinham arrumado as malas. Dei a deixa:
— Então arrumem logo, pra não perderem o voo.
Elas acreditaram. Foram embora sem desconfiar de nada. Assim que saíram, juntei o b***e. Era hora de alinhar o plano.
— A Nara e a Luiza não sobem mais. E a Dara… não desce.
Canivete me olhou confuso.
— Como assim, patrão? A mina n******e descer?
— Não tem "como assim", Canivete. A ordem é essa: Dara não vai embora do morro nem fodendo!
Marujo se intrometeu:
— Mas ela tá... presa?
— Ela não vai sair da minha casa até entender que essa é a casa dela agora. Que ela é minha mulher. E quem ajudar ela a sair, vai morrer. Mas não vai ser tiro na cabeça, não. Vai ser lento, doloroso. Estamos entendidos, c*****o?
Todos assentiram. O clima ficou tenso por uns segundos. Eu não queria que fosse assim. Mas ela vai ter que entender da forma mais difícil. Infelizmente.
Curtimos a noite como se nada estivesse fora do lugar. Voltamos pra casa, fizemos amor como se fosse a última vez — pra ela, talvez fosse. Dormimos juntos, como sempre. Acordei com ela me olhando, os olhos assustados, nervosos, tentando manter a calma.
Ela tentou me convencer de novo. Disse que tinha que voltar, que a vida dela tava esperando por ela. Família, trabalho, rotina.
Mas foi em vão.
— Você não vai embora.
Ela ficou em silêncio por um instante. Não acreditou. Achou que eu estava brincando.
Mas não era brincadeira.
Desci pra espairecer, acendi um verdinho, dei um trago pra relaxar. A noite ainda estava úmida e o silêncio do morro contrastava com o turbilhão dentro de mim. Foi aí que ouvi passos. Dara. Tentando sair pela porta.
Tadinha.
Já tinham sido avisados: Dara n******e sair.
— EU TE ODEIOOOOO, LIONS! EU TE ODEIO! ME DEIXA SAIR DAQUI!!!
Gritou com toda força, com todo o desespero acumulado.
— Você é minha, Dara. E você não vai sair dessa casa até aceitar isso!
— Você n******e fazer isso comigo! — ela chorava. — Olha tudo que a gente viveu! Você sabia que eu tinha que voltar pra minha vida! Você me enganou, Dante! Achei que você era um príncipe... mas você é um MONSTRO! UM MONSTRO!!!
Ela gritou. Aquilo me partiu por dentro. Mas eu sou frio. Calculista. E decidido. Não posso fraquejar.
Dei um gole no meu uísque. Respirei fundo. Me mantive firme.
Geovana apareceu, espantada.
— Que p***a é essa? Que gritaria é essa??
Dara correu até ela, agarrada, aos prantos.
— Geo, por favor, me ajuda. Ele não quer deixar eu ir embora. Meu voo é às 11h, Geo, por favor!
Geovana me olhou. Sabia que não podia fazer nada.
— Calma, amiga, calma. Vem sentar, vamos conversar.
— EU NÃO QUERO SENTAR! EU QUERO IR EMBORA!!!
Sophia entrou logo depois, irritada.
— Tu é um desgraçado mesmo, Dante! Disse que ia deixar ela ir!
— Eu nunca disse isso.
PC apareceu pela porta.
— Qual foi essa gritaria aí, mano? Geral no morro já tá comentando.
Gabriel chegou junto, já de cara fechada.
— Eu sabia, p***a! Sabia que tu ia fazer m***a!
Geovana pegou o celular.
— As meninas tão ligando...
— Desliga. Manda um áudio dizendo que Dara decidiu ficar.
— DESGRAÇADO! — gritou Dara. — EU TE ODEIO, DANTE! COM TODAS AS MINHAS FORÇAS!
— Você é minha, Dara. Eu sou o dono de tudo isso aqui. E se eu tô dizendo que você é minha, você é minha!
— Você é um DOENTE!!!
— Cala essa p***a de boca, Dara! Me respeita! Só tô deixando passar porque você tá em choque. Mas isso n******e se repetir. PC, leva ela pro quarto.
— TE ODEIOOOO!!! TE ODEIOOOO!!! — Ela gritava enquanto era levada, chutando o chão, chorando, gritando de raiva.
O som dos gritos dela ecoava pela casa. E todo mundo me olhava como se eu fosse o próprio d***o. PC voltou.
— Trancou a porta?
— Sim.
Geovana me encarou com ódio nos olhos.
— Qual teu problema, Dante?
Sophia completou:
— Parabéns. Você conseguiu estragar tudo. A menina tava apaixonada e você fez questão de cagar tudo.
— Ela ia embora. Eu não podia deixar.
Geovana insistiu:
— Todo mundo tem direito de escolha, meu irmão. Se tu fizer isso, ela vai te odiar pra sempre.
— Não seria mais fácil pedir pra ela ficar? — alfinetou Sophia.
— Quer saber? VÃO TODOS TOMAR NO CU! Peguem o conselho de vocês e enfiam onde quiserem! — gritei, e o silêncio tomou conta. Geovana subiu, Sophia também.
— Aí, passem uns dias na casa da mamãe. Não quero ninguém falando com a Dara.
Gabriel me olhou, preocupado.
— Afastar as amigas dela não vai piorar?
— Eu sei o que tô fazendo, Gabriel. Relaxa.
PC tentou de novo:
— Mano... deixa ela ir. Tu vai se dar m*l.
— Quer saber? VAZEM vocês também. — Falei seco. Eles se entreolharam, suspiraram e saíram, contrariados.
Fiquei sozinho.
Mais um gole do uísque. O silêncio, agora, era mais pesado. Subi pra boca, precisava resolver umas pendências. Antes de sair, deixei os seguranças em alerta total:
— A Dara não sai, custe o que custar.
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