Nariz narrando O dia já tinha começado errado. Acordei com a mente fervendo, um turbilhão de ideias e desconfianças batendo na minha cabeça como se fosse tambor de escola de samba. Era cedo, mas já parecia que tinha vivido metade do dia. Passei na primeira barricada para ver o andamento dos plantões, trocar os moleques, revisar cada detalhe, cada movimentação, cada elemento que passa batido para quem não tem visão. Eu não deixo nada passar. É meu papel, é a minha favela, é o meu nome que sustenta aquela p***a toda de pé. Assim que cheguei perto da barricada, vi o carro da Carolina descendo. Lotado. Vidros abertos, padrão da favela. Ela passou direto, nem olhou para mim, e eu também não estava na energia de dar confiança naquela hora. Depois do nosso rolo, a gente nem conversou mais. Sem

