Nariz narrando Entrei pra essa vida porque eu quis, e não tem drama em admitir isso. Não foi empurrão de ninguém, não foi destino, não foi sorte, foi escolha. Depois que conheci o gosto do dinheiro rápido, da noite que te joga no colo tudo que o dia não dá, eu quis mais. O crime me prometeu sobrevivência na hora que a cidade fechava as portas; me ofereceu grana pra pôr comida na mesa sem precisar esperar salário no fim do mês, garantiu uma segurança aparente pra minha família quando o resto falhava. No começo era só tentativa, era pouca fita; depois foi rotina, sistema, profissão suja que eu fui lapidando com cada erro e cada acerto. Aprendi a ser frio quando precisava, a fingir que não tinha medo, a medir distância certa entre coragem e burrice. Não me arrependo do que escolhi, pelo men

