Carolina narrando Ele falou comigo como se tivesse poder sobre o ar que eu respirava. Como se cada palavra dita por ele tivesse dono, tom, ordem. O corpo dele se aproximou do meu e, quando percebi, o espaço entre a gente já não existia mais. A boca dele ficou a centímetros da minha, o hálito quente e fresco batendo contra meus lábios, como se provocasse, como se dissesse que ele sabia o que fazia comigo. A mão dele, firme, deslizou pela minha cintura e me puxou com força, aquela força que mistura domínio e desejo. E por um instante, eu esqueci de respirar. O bar ainda fervia. O pagode batia alto, o povo ria, os copos se chocavam nas mesas. Mas ali, no meio daquele caos, parecia que só existia eu e ele. O som virou murmúrio distante, a luz piscando no teto refletia nos olhos dele, que m

