Beatriz narrando Eu estava exausta, psicologicamente, fisicamente, em todos os sentidos que um corpo e uma alma podem estar. Eu não dormia direito, não comia, só tomava banho por obrigação e existia. Era isso: eu existia. Me arrastava entre um pequeno cochilo e outro, tentando sustentar o dia com o pouco de energia que sobrava, e ainda assim precisava acompanhar as minhas duas pequenas furacões, duas meninas cheias de vida, energia e amor. E, por incrível que pareça, era justamente esse pique delas que me mantinha de pé. Porque quando o corpo quer desabar, são as vozes e os risos das filhas que lembram a gente do porquê continuar. Mas hoje… hoje o cansaço me venceu. O corpo pesava como se estivesse grudado no colchão. A mente latejava. Eu não queria sair da cama, não queria pensar em na

