Capítulo 42

1145 Words

Beatriz narrando Quando eu saio pelo corredor de volta, com a pastinha vazia e as mãos sem ele, o ar me bate no rosto como se fosse outra pessoa me empurrando pelas costas. O portão fecha atrás de mim e o som do ferro parece ficar grudado no peito. Eu ando sem ver direito, só vou, segurando a bolsa contra o corpo como se fosse um travesseiro. A Carol tá encostada no carro, o cabelo preso, olho procurando o meu, e quando eu chego perto não dá nem tempo de respirar: eu desmonto. — Entra, amiga, entra — ela abre a porta rapidinho e eu caio no banco como quem chega de uma guerra. O cinto m*l encaixa e eu já tô chorando. Não é choro bonito, não é lágrima escondida; é soluço, é nariz ardendo, é garganta arranhando. Eu boto a testa no volante e deixo sair. — Ele tá muito magro, Carol — sai t

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD