Cada passo que eu dava eu pensava em uma coisa diferente, senti certa raiva ao lembrar do acontecido, mas a curiosidade é bem maior, talvez eu devesse estar impressionado ou sei lá o que, resolvi deixar isso pra lá e entrar logo em minha casa.
Eu parei na minha penteadeira, tenho muitas inseguranças, eu havia sofrido muito bullying no ensino fundamental então as vezes ainda me incomodava olhar pra mim, ainda tinha marcas das espinhas e o olhar de quem a ansiedade andava ao lado, as vezes eu sentia que tinha um verdadeiro Nicolas dentro de mim que eu não sabia quem era.
Deixo o chuveiro ligado e isso é o suficiente para os pensamentos invadirem minha mente, penso em absolutamente tudo, desde a escola familia e carreira que eu tenho que pensar em seguir, até que entro na água pra espantar o cansaço, levo o telefone pra ouvir músicas, eu amo música, quem não gosta né? Acho que ninguém, Quando vou colocar o shampoo na minha cabeca, recebo uma ligação, enxugo minhas mãos e atendo no viva voz.
"Hey quem é?"
"Nossa não reconhece a voz da sua o irmã cabeçao?"
"Você não tinha falado nada ainda o sonsa"
"Isso é apenas um detalhe ,então fazendo o que? "
"Tô no banho " - digo enxaguando meu cabelo cheio de shampoo
"Nossa me deu fogo agora, manda Nudes gato"
"Pra que Nudes se você pode ver pessoalmente?"
"Cala a boca seu safado, vou contar pra tia que tu anda me assediando "
"Ligou só pra me atormentar? só pode ser doida mesmo"
"Claro esse é o meu trabalho "
"Haha, isso você faz muito bem "
"Então liguei pra te convidar,vou dar uma festa hoje a noite chamei um pessoal , vem pra cá vê se tira essa teia de aranha da tua cueca "
"Beleza tô precisando mesmo " - disse mas sem animação, eu não gosto de muito barulho, mas eu tava precisando sair da seca
"Então vem, e sete horas se quiser contribuir com a bebida"
"Ta beleza, vou ver se minha mãe me libera"
"Claro que a tia deixa, a festa e minha, sou uma pessoa totalmente Santa "
"Uhum claro, vou tomar meu banho, já já tô aí beleza? "
"Beleza Tchau gatao"
"Tchau meu amor "
Termino meu banho, me enxugo, pego uma roupa leve, a festa é sete mas vou só oito e ainda são seis e tô de boa, meus olhos foram se cansando e pego no sono...
Acordo com um ser fofo, loirinha e de olhos cor de mel, pulando em cima de mim, por mais que eu odeie que me acordem eu não consigo ficar com raiva daquela pequena, ela era baixinha e gordinha muito fofa mesmo.
-Oi irmãozão - ela diz sorrindo e eu sorrio também.
– Oi sapequinha. - eu digo resolvendo me vingar e tendo uma ideia-você sabe o que acontece quando tu me acorda né- digo fazendo uma cara de m*l, ela arregala os olhinhos, e eu acho muito fofo.
– Não não, socorro! - ela diz saindo do sofá e correndo eu consigo alcança-la pego ela fazendo cócegas em sua barriguinha e e ela quase morrendo de rir, eu paro, ela da mais uma gargalhada e pula em cima de mim e me abraça.
– Eu te amo irmaozao. -ela diz e e eu me derreto, as vezes sinto que represento uma personalidade paterna pra ela, porque sou eu que sempre ajudo minha mãe a educa-lá e ela me obedece em tudo, e apesar de visitar meu pai sempre, sou eu que ela tem mais afinidade de procurar quando está com problemas ou alguma confusão.
– Eu também te amo sua sapequinha -ela desce do meu colo e vai correndo pro quartinho, minha mãe logo chega carregando a mochila dela e ainda sorrindo, mesmo trabalhando o dia todo ela consegue sorrir, e eu a admiro ainda mais por isso.
– Oi filho, como foi a aula?-ela diz colocando a mochila e a bolsa no sofá, tirando o casaco e guardando, minha mãe e enfermeira, e ótima não só porque e minha mãe, mas porque é bastante elogiada no seu trabalho.
– Oi mãe, foi até legal.- nao quis dizer nada sobre o cara por que não gosto de trazer problemas pra casa, eu sempre omito quaisquer pequenos problemas ou discussões, só em casos extremos que peço sua ajuda, não é egoísmo, só odeio ver ela se preocupar com problemas que eu causei e que posso eu mesmo resolver sem ela se preocupar comigo.
– Que bom, quer que eu prepare o jantar?-ela diz prestativa, outra coisa que admiro em sua pessoa.
– Nada disso hoje eu preparo mãe pode ir descansar -eu sempre tento amenizar um pouco os seu trabalho de casa, limpando- a, lavando a louça e até fazendo o jantar as vezes, como não almoço em casa pois minha escola e integral
– Tá bom então, meu anjo. - nesse momento ela sai e vai pro seu quarto repousar. Minha mãe é uma mulher com aparência jovem, apesar da idade. Tem cabelos castanhos, belos olhos verdes e traços marcantes em seu rosto.
Assim que termino de preparar o arroz e a carne ao molho, coloco na mesa e chamo minha irmãzinha e minha mãe para jantar.
Ao sentarmos à mesa fazemos nossa oração como de costume - apesar de minha família não ser muito religiosa e logo nos servimos.
– Ei mãe, tem uma festa na casa da Claire, eu vou tá bem?-comunico minha mãe, porque as vezes ela é exagerada, se ela não me ver a noite na cama e capaz de chamar o exército para me procurar.
– Ah sim, não volte muito tarde, tá tendo uma onda de assaltos na cidade, imagina se te sequestram, já ouviu falar de tráfico de órgãos?- eu meio que rio e ela continua séria.
– Tudo bem mãe, eu peço pro Blaine me trazer de carro ou o Diego os dois tem carro.
– Mais perigo ainda, e se eles beberem? volte de táxi ou ligue pra mim eu irei te buscar -isso nunca vai acontecer que vergonha a mãe buscar nas festas sem chance.
– Não dá pra emprestar o carro mamãe? Só hoje por favor.
– Nunca Nicolas, ainda não confio em você dirigindo sozinho, ainda mais a noite.
– Ok mãe, vou lá em cima tomar um banho pra eu ir, vou de táxi mesmo.
– Tá bom -ela diz e continua comendo, eu levanto e lavo meu prato e copo e vou pro meu quarto tiro toda a minha roupa e tranco a porta, entro no banho e tento me limpar ao máximo que eu posso, saio todo molhado, me secando e olhando no espelho, vou pro guarda roupas e escolho uma camisa de manga longa, calça preta, tênis e minha touca de todas as horas vermelha, passo um perfume forte e pego uma grana pro táxi e vou pra cozinha.
– Que rapaz bonito, será que agora consigo uma nora?-minha mãe diz e eu dou uma gargalhada, ela sempre me cobra uma namorada, eu sempre me esquivando.
– Tô tentando mãe.-ela também ri de mim, Jolie esta assistindo desenho animado na TV e nem me percebe.
– Tô indo viu? - digo a minha mãe.
– Tá bom, rapaz da mamãe, toma cuidado, não use drogas e não beba muito, estou de olho em você, use camisinha a chave tá no vaso de plantas.
– Tá mãe, para com isso, affs -eu fico vermelho, roxo de vergonha.
– Essa é a tarefa das mães, envergonhar os filhos, agora anda logo já chamei um táxi pra você.-ela diz lavando os outros pratos.
– Nossa que mãe eficiente, valeu, fui dona Eva, Tchau. -digo saindo rápido, pra minha mãe não me constranger ainda mais.
– Tchau -vou pra fora e logo o táxi vem, indico onde e a casa da Claire que não é tão longe daqui, vou indo escutando música, chego pago o táxi, e saio, a casa dela e bastante grande e o som eletrônico invade meus ouvidos, chego e já me dão um copo de bebida, tomo aos poucos e vejo que é bastante forte, não costumo beber muito, quando sinto que estou tonto eu paro, então vejo Diego, ele está todo descolado com uma jaqueta de couro e camisa vermelha, vou em sua direção pra comprimenta - lo, aperto sua mão.
– Eai Nicolas tudo bem?-ele diz, já vejo que ele tá com uma garota loira abraçada, e esta meio tonto, também a comprimento e ela se apresenta como Ashley.
– To sim Diego e você? - digo
– Tô ótimo -ele diz sorrindo pra garota e apertando ela mais ainda nele e ela também sorri, vejo que tô meio atrapalhando então saio.
– Beleza então, vou dar uma circulada - digo olhando em volta
– Tá aparece aí depois - ele diz e eles sorriem pra mim
– Ok -vou saindo e procurando a dona da casa, logo avisto a doida que tá em cima da mesa, dançando e bebendo, ela não está bêbada vejo, ela já é doida assim de nascença, sorrio e e ela me vê.
– Hey cabeçao, você veio! -ela diz rindo e descendo da mesa e vindo me abraçar, nos soltamos um do outro e dou uma gargalhada.
– Eu disse que vinha - digo e beijando teu rosto.
– então, estou meio ocupada agora.-ela diz olhando pra um cara esperando ela no sofá - Podemos conversar depois?
– Claro, vou procurar o Blaine.- dou um beijo nela e vou procurando meu outro amigo, parece que tão todos ocupados, tenho que me ocupar também, logo avisto Blaine conversando com um loiro, chego mais perto e vejo que é o cara que eu não conheço e que trombei mais cedo no corredor, e já não gostei muito disso, alguma coisa naquele cara me dava raiva e eu não conseguia descobrir o que era.