Capítulo 98 DOM NARRANDO O silêncio no carro era pesado, sufocante. Anna tava ali, desacordada no banco de trás, e cada segundo que passava parecia uma eternidade. Eu acelerava, desviando pelas ruas como um louco, mas não conseguia parar de pensar na merdä que tinha deixado acontecer. Como é que eu deixei chegar a esse ponto? Como é que fui tão cego? Chegamos no hospital mais rápido do que eu imaginava, mas parecia que tinha levado uma vida inteira. Estacionei o carro de qualquer jeito e saí, quase arrancando a porta do carro pra pegar a Anna. Ela estava leve nos meus braços, frágil, e isso me fez sentir ainda mais culpado. Como se cada passo que eu dava até a entrada fosse um lembrete do quão bosta eu era. Dom — AJUDA AQUI! PORRÄ! — gritei assim que entrei no hospital, a voz cheia de

