O dia zero não era um dia comum. Era o limiar, o momento em que o coração se preparava para uma jornada de transformação. E foi assim que Maia acordou, com uma expectativa sutil, como se o ar carregasse promessas invisíveis. Antes de qualquer passo, era essencial preparar o terreno , não só o externo, mas o interno.
Sentou-se na cama, respirou fundo e deixou a oração fluir como um rio calmo, convidando Deus para o início de tudo:
"Senhor, no limiar desta jornada, prepare o meu coração para o que virá. Ajuda-me a organizar as ferramentas que preciso, confiando que Tu guias cada detalhe. Que este tempo de preparação seja abençoado, fortalecendo minha fé e meu propósito em Ti. Amém."
A oração a centrou. Ela abriu o caderno improvisado por enquanto, uma folha solta e anotou os versículos que pareciam ecoar o chamado à preparação, palavras divinas como âncoras para o caminho adiante:
Provérbios 16:3
“Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos.”
Lucas 14:28
“Pois qual de vocês, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular o custo e verificar se tem os meios para concluí-la?”
2 Timóteo 2:15
“Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade.”
Ela os leu devagar, e veio a reflexão:
"Esses versículos nos lembram que a preparação não é mero planejamento humano, mas um ato de consagração ao Senhor, como em Provérbios 16:3, onde entregar os planos a Deus garante sucesso divino. Lucas 14:28 nos convida a calcular o custo com sabedoria, evitando impulsos precipitados, enquanto 2 Timóteo 2:15 enfatiza a importância de manejar a Palavra com aprovação, preparando-nos como obreiros fiéis. Juntos, eles traçam um mapa para o início: preparar com intenção, fé e diligência, alinhando o coração ao propósito eterno de Deus."
Bem no topo da folha, ela escreveu a frase do dia, repetindo-a até que se instalasse como uma semente de motivação:
“Eu me preparo com fé e diligência, consagrando meus planos ao Senhor, pronta para a jornada que Ele traçou para mim.”
Em seguida, a gratidão:
Ela pegou um pedacinho de papel , o primeiro para o pote que logo existiria e escreveu com um sorriso emergente:
"Sou grato pela graça da preparação, pela sabedoria divina que guia meus passos iniciais e pela promessa de planos bem-sucedidos em Ti."
Dobrou o papel com cuidado, imaginando-o no pote como o alicerce de uma coleção de bênçãos.
O louvor veio como um hino de prontidão. Ela ligou o celular e deixou "Prepara o Teu Coração" de Fernanda Brum preencher o quarto , uma canção que clama por preparação espiritual, ecoando o convite para abrir o caminho para o Rei, como se cada verso limpasse o espaço para o que viria.
Era hora do desafio do dia: providenciar as ferramentas essenciais para o propósito. Ela saiu em busca da Bíblia , talvez aquela guardada na estante, ou uma nova para marcar o recomeço. Encontrou um caderno simples, com páginas em branco esperando por reflexões, e uma caneta que fluísse com facilidade. Para o " Pote da Gratidão", escolheu um jarro transparente na cozinha, onde depositaria diariamente lembretes de bênçãos.
Por fim, designou um local na casa como o "Cantinho com Deus" , talvez a poltrona junto à janela ou um espaço sagrado para encontros diários com o Divino. Cada item não era mero objeto, mas um símbolo de compromisso, preparando o terreno para a metamorfose que se iniciava.
Ao final, uma sensação de prontidão a envolveu, como se Deus sussurrasse: "Agora, vamos começar."
Ela guardou tudo no cantinho recém-criado, o coração pulsando com expectativa. O dia zero estava completo; o amanhã traria o primeiro passo real.