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1392 Words
Giulia narrando Sou órfã, e fui criada pelos meus irmãos mais velhos, sou cria da favela, não tenho vergonha disso, tive tudo do bom e do melhor, tudo que o dinheiro pode comprar, há mais é dinheiro de tráfico, sim, mas não obrigamos ninguém a usar o que oferecemos, compra quem quer, então não vejo nada de errado. Pior são os políticos e policiais que dizem ser contra e estão na nossa folha de pagamento. Não é porque tive tudo que quis que tive uma vida fácil, não é fácil para ninguém viver nas favelas do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, somos todos marginalizados, mas hoje já não ligo e vivo tranquilamente. Minha base são os meus irmãos e meus sobrinhos, não posso deixar de lado as minhas cunhadas e meus amigos, sim, pode parecer que não, mas temos amigos, e eles fazem parte da nossa família. Já tive alguns romances, mas nenhum igual ao que tive com o Jonas, pensei que seria feliz com ele, mas sofri muito, ele não me respeitava e queria me manter ao seu lado de qualquer jeito. A minha vida dá um livro, sou uma das herdeiras do morro dos Tabajaras, mas não ligo muito pra isso, faço parte do movimento, mas agora estou mais curtindo a vida, achei que era apaixonada pelo Jonas, mas já sei que não é nada de amor, pois ele só me usava para esta perto do meu irmão e tentar destruí-lo, então por isso que quando pude me livrei dele, assim não corro o risco de morrer, sabe como é, não podemos esperar o pior acontecer, mas não contei a ninguém sobre nosso término. Meu irmão mais velho, ele se envolveu com uma mina daora, mas quase a perdeu por besteira, graças a meu outro irmão e nosso amigo Jhonathan, eles estão bem, tenho três sobrinhos lindo, a minha princesa é a mais mimada de todos. Minhas amigas foram sequestradas e nesse dia era pra mim e minha outra cunhada estarmos juntas, mas ela passou m*l e graças a Deus as meninas voltaram vivas, bem não, mas estão se recuperando, o melhor é estarem vivas, o resto o tempo ajeita. Estava de boa e meu irmão chegou falando que precisa de ajuda, já vem o pior na cabeça. _ Preciso da sua ajuda, mas primeiro quero saber como você está com o Jô. - Pesadelo disse, achei estranho seu tom de voz. _ Sempre estou aqui pra ajudar vocês, mas porque quer saber de como estou com o Jô? Isso não tem lógica, nunca se preocupou com isso. - digo e vejo que ele muda a postura dele, agora não é mais o meu irmão, agora é o dono do morro que está na minha frente, ele não gosta de ser questionado. _ Ele pode está nos traindo, por isso que estou te perguntando, mas preciso tirar a Lia e os meninos do morro, vou fazer uma emboscada para ele e não quero perder ninguém, vou mandar a Ray e a Ana também, assim não tem risco para nenhuma de vocês, não quero que fique sofrendo por ele, ele não presta e pelo que já descobri, ele está aqui infiltrado desde o começo, mas nunca conseguiu nada, por que sempre que vou fazer alguma coisa, só falo na hora e aí não conseguem bolar um plano pra nos impedir, mas agora quero derrubar eles, não posso mais ficar de boa, ainda mais agora que tenho três filhos e as meninas já foram sequestradas e abusadas aquela vez. - diz e seguro o choro, não o amo, mas fiquei muito tempo com ele, mesmo sabendo que ele não gostava de mim e sempre estava com uma p**a no colo dele. _ Vou ver um lugar e vou jogar a ideia nas meninas como se fosse uma coisa de passeio mesmo, sei que quando volta elas vão saber de tudo, mas tem que ter cuidado com a Ray, mesmo que ele não preste é irmão dela. - digo e sei que ela vai sofrer, mesmo sabendo de tudo o que passei em suas mãos, ele ainda é seu irmão e cuidou dela. _ Aí vai ser com o Sombra, ele quer a cabeça dele de qualquer jeito, principalmente por ele saber que a irmã estava sendo abusada e por uma vingança, sei lá o que, não nos levou até lá para salvar as meninas antes de tudo isso acontecer. - diz e vejo o ódio no rosto dele, meu irmão não abusa de mulheres, mesmo que quase fez isso com a mulher dele uma vez, mas pelo visto se arrepende até hoje. _ Como ninguém sabe da casa do Rio Grande do Sul, vou pra lá com eles e ficamos o tempo que for preciso, só temos que organizar tudo, não se preocupa comigo e com o Jô, o tempo resolve tudo. - não vou dizer que terminei com ele. Um dia antes do baile saímos do morro, saímos como se fossemos passear mesmo, as meninas e as crianças não sabiam o real motivo da nossa saída do morro, a Lia não quis vir com a gente e até tentamos convencer ela, mas não deu muito certo, peço a Deus que a proteja, pois não sei o que será das crianças se acontecer alguma coisa com ela, e ainda tem os meus irmãos que vão participar de tudo isso, acho que Pesadelo não sabe viver sem ela. Passamos uns cinco dias afastadas do morro e já tinham resolvido tudo, então voltamos pro morro, quando chegamos fomos direto pra casa do Pesadelo e aí ele foi contar tudo pras meninas e a Ray desmaiou quando ouviu que o irmão estava morto, mas não tinha mais o que fazer e sei que ela vai sofrer, mas quando ela soube que ele sabia onde ela estava e não fez nada vai amenizar a dor dela, assim eu espero. Ja passou mais de dois meses da morte do Jô e estamos bem, meu irmão, inventou de fazer um baile para receber um gringo aqui na comunidade, pelo que ele falou é um mafioso que eles fazem negocios, como sou curiosa, quis descobrir mais, mas meu irmao me cortou. _ Irmão me conta quem é esse cara, ele é casado? É bonitão? - digo e ele me olha de cara feia. _ Não é pro teu bico, ele não é esses moleques que tu tá acostumada, ele mexe com coisas mais pesadas que nós. - Eu não quero um marido, quero um homem para aquecer a minha cama, mas se o mafioso for bom posso pensar no caso de casamento, penso e logo falo pro meu irmão. _ Não quero casar não, só um pente e rala. - digo e saiu rápido do lado dele, ele nunca me bateu, mas pela cara dele, hoje ele me bateria se conseguisse me pegar. _ Volta aqui sua louca, se te pegar eu juro que vou te trancar em casa e só sai depois do baile. - diz gritando da sala dele e eu ouvi do lado de fora, não sou louca nem de ir na casa dele esses dias, vou conhecer o tal mafioso no baile mesmo. Hoje é o baile e eu estou louca pra conhecer o tal cara lá, pena que não sei nem o nome, se soubesse tinha feito uma pesquisa na net, tenho que saber se o cara é casado, não quero ser cobrada por isso, não me envolvo com os casados, pois o que não quero pra mim, não desejo pra ninguém. Tomei um banho caprichado com tudo que tenho direito, meu cabelo e unha já estavam feitos, bati a gilete na lajota, e esfolei o corpo, fiz uma make babado e coloquei um vestido no grau, se ele nao me notasse, com certeza outra notaria. Cheguei no baile e já estava daquele jeito, tem uns aliados do meu irmão que querem ficar comigo, mas só porque querem fortalecer a aliança deles e não quero isso, quero ficar com quem eu gosto e não por necessidade, entrei no camarote e meu olhar encontrou um homem, que logo vi que não era daqui, meu irmão negou na mesma hora e falou alguma coisa pra ele, então acho que já descobrir quem é o mafioso, e te falar, ali nem guindaste me tira de cima.
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