Capítulo 8

955 Words
  Cecília   Sexta-feira de manhã, a oficina ligou para avisar que meu carro estava pronto. Assim que o retirei, estava prestes a ligar para o Sr. Liam quando me lembrei do paletó. Eu prometera limpá-lo e devolvê-lo...   Após um momento de hesitação, disquei o número. Primeiro, informei que meu carro estava consertado e enviei os detalhes e custos do reparo. No final da mensagem, acrescentei: "Seria muito atrevimento pedir a altura, o peso e as medidas do seu patrão?"   Minha razão era prática — como o terno era um conjunto, queria comprar um substituto que combinasse, em vez de devolver peças desencontradas. Ele fora gentil ao me emprestar suas roupas; o mínimo que eu podia fazer era evitar incomodá-lo.   Liam: "..."   Esperei um bom tempo sem resposta. Talvez o senhor não soubesse os dados e precisasse consultar o chefe?   Não insisti mais no assunto. Ao me aproximar do próximo cruzamento, recebi uma ligação do gerente financeiro, que precisava confirmar alguns dados.   O ferimento na minha testa estava quase curado, então virei o carro e segui para o escritório.   Após tantos dias ausente, minha aparição no departamento de projetos fez a equipe se aglomerar com saudações preocupadas.   Ainda não lhes contara sobre minha demissão. O pensamento me deixou genuinamente pesarosa — minha saída significava que teriam que se adaptar a um novo supervisor novamente.   Após resolver os assuntos com o gerente financeiro, voltei ao meu escritório e passei a tarde pondo o trabalho em dia.   No final da tarde, havia finalizado minha carta de demissão, planejando entregá-la a Xavier antes de sair.   No entanto, antes do fim do expediente, ouvi algo nauseante enquanto pegava água na copa.   "O boato do departamento de secretariado é que a quarta filha do Alfa do Clã das Sombras, Cici White, começou a trabalhar hoje. O Alfa a colocou no escritório dele."   "O Clã das Sombras e o Clã Lua Sangrenta estão pensando em uma aliança por casamento?"   "Esqueceu que nossa Gerente Cecília é a companheira do Alfa? Se eles formarem um laço, o que será dela?"   Todos se calaram, trocarando olhares antes de suspirarem em uníssono. Retomaram o café enquanto cochichavam sobre a desfaçatez de Cici, minha situação lastimável e a frieza de Xavier.   Eu permaneci do lado de fora, ouvindo tudo em silêncio.   Por fim, voltei ao meu escritório com o copo vazio, sentei-me na cadeira e contemplei o vazio por alguns momentos. Então, peguei a carta de demissão impressa e subi imediatamente.   É melhor cortar os laços o mais rápido possível.   Ao chegar ao andar executivo, Beta Henry correu para me interceptar, sua expressão extremamente tensa. "Luna Cecília, o Alfa está em reunião. Não é um bom momento."   Assenti com aparente compreensão e fingi me retirar. m*l Beta Henry relaxou a guarda, virei-me rapidamente e caminhei com passos elegantes, porém decididos, em direção à porta.   Agarrei a maçaneta, girei e empurrei com firmeza.   "Ah—!" Um grito de susto ecoou de dentro do escritório.   Cici, usando apenas uma toalha, estava colada às costas de Xavier. A a******a brusca da porta a assustara de verdade.   O sorriso no rosto de Xavier congelou instantaneamente.   Beta Henry ficou pasmo, cobrindo os olhos e se recusando a olhar para dentro. "Ge-Gerente Cecília, veja bem, a Srta. White estava movendo alguns arquivos e suou, então... então ela só tomou um banho. Tive medo que você interpretasse m*l, por isso disse que ele estava em reunião..."   Meus olhos lançaram um olhar leve a Beta Henry, uma mistura de pena e resignação no meu olhar. "Beta Henry, você é formado por uma universidade de prestígio. Que triste ver você à beira de se tornar um alcoviteiro."   Com isso, virei-lhe as costas e adentrei o escritório.   "Cecília, o que você está insinuando? Você é apenas uma gerente de departamento e ousa invadir o escritório do Alfa? Está demitida — nem precisa vir amanhã!" Cici endireitou a postura, dando ordens com ar de dona.   Caminhei até a mesa, coloquei minha carta de demissão e falei como se nada de anormal estivesse ocorrendo. "Já havíamos conversado sobre minha demissão," disse, dirigindo-me a Xavier. "Preparativos para a viagem demandam tempo, então não virei ao escritório a partir de amanhã. É claro, encontrarei tempo para concluir a transição das minhas responsabilidades."   Xavier não conseguia me encarar. "Faça como quiser," resmungou.   "Certo." Respondi brevemente. Então, lentamente, desviei meu olhar de Cici para Xavier, um sorriso sarcástico curvando meus lábios. "Por favor, prossigam com a sua... reunião?" Pronunciei a última palavra com deliberada lentidão.   Mal havia dado dois passos quando a voz estridente de Cici cortou o ar atrás de mim. "Se prosseguimos ou não não é da sua conta! Cecília, quem você pensa que é? O Xavier não ama mais você. Ele me ama agora. Quem deve sair é—"   "CALE A BOCA!" Xavier gritou, interrompendo-a.   Respirei fundo, forçando-me a manter a calma.   Endireitei as costas e me virei. "Deixe-a falar. Gostaria de ouvir até onde chega a desfaçatez da filha do Clã das Sombras," disse, erguendo o olhar para Cici. "Ame-o ou não, você é uma amante. E o fato de eu poder abrir esta porta prova que posso pregá-la no pilar da vergonha para todo o mundo ver. Entendeu?"   "Como ousa me chamar de vulgar!"   Cici, enfurecida, investiu contra mim.   Não hesitei — dei um t**a claro em seu rosto. Quando ela tentou avançar novamente, arranquei-lhe a toalha e a cobri com ela, empurrando-a para o chão.   Antes que minha mão pudesse atingi-la novamente, uma força poderosa afastou-me brutalmente.   Perdi o equilíbrio e tropecei para trás, a região lombar colidindo violentamente contra a quina afiada da mesa. A dor foi tão aguda que um suor frio irrompeu instantaneamente em minha pele, e eu sequer consegui emitir um som.
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