Coringa narrando - continuação A rua tava deserta. As luzes do condomínio acesas, uma ou outra janela aberta, mas nenhuma alma viva à vista. Era o tipo de lugar que o Alexandre escolheu pra esconder os podres dele: afastado, discreto, num canto onde ninguém olhava duas vezes. Ele achava que aqui tava protegido. Mas eu via além da fachada. Porque eu sou cria de guerra. E guerra, meu parceiro, ensina a olhar fundo — onde o inimigo se sente mais seguro. Parei o carro a uns cinquenta metros da casa. Luz acesa nos fundos, mas sabíamos que não tinha ninguém dentro. Vizinhança longe, nenhuma câmera no ângulo. Tudo cravado. — Tudo certo? — perguntei, desligando o motor e apertando os olhos no retrovisor. — Tudo certo, patrão. Se o mundo acabar agora, explode bonito. — respondeu o Baiano com

