Alexandre narrando
A noite foi uma merda.
Não teve sono, não teve paz, não teve descanso.
Só eu virando de um lado pro outro na cama, rangendo os dentes, ouvindo o tic-tac do relógio e o som abafado do choro da minha mãe… mesmo ela dormindo.
Porque tem coisa que a gente sente.
A dor dela parecia atravessar as paredes.
A imagem do meu pai sendo algemado não saía da minha cabeça, os flashes dos repórteres me cegando, o escândalo explodindo ali, no meio do restaurante mais caro do Rio de Janeiro, como se fosse cena de novela.
Só que era minha vida.
Era meu nome.
Era minha família sendo arrastada pela lama.
Fechei os olhos, tentei respirar.
Mas quanto mais eu forçava o corpo a descansar, mais a mente latejava.
A cara dos jornalistas.
As perguntas atravessando o ar.
“Prefeito, se
