Alexandre narrando
A luz do fim de tarde batia direto na minha sala de vidro, refletindo no tampo polido da minha mesa. A melhor sala da prefeitura, óbvio. Porque aqui dentro, quem manda sou eu. Nada passa sem meu aval. Nada acontece sem minha mão por trás.
Estiquei as pernas, relaxado na cadeira giratória, enquanto girava um copo de whisky no gelo — do bom, importado. A playlist instrumental tocava baixo no fundo, e o sorriso no meu rosto era o de um homem que venceu mais uma vez.
O telefone tocou.
Sorri antes mesmo de atender. Já sabia quem era.
— Alexandre falando — disse, no tom de quem já esperava boas notícias.
— Doutor, só pra informar que tá tudo feito, conforme o combinado. — A voz do presidente do Conselho do outro lado da linha vinha serena, satisfeita. — O nome da Ellen
