Alexandre narrando Eu estava furioso. Aquele tipo de fúria que não dá trégua nem quando a gente respira. Queima o peito, consome os pensamentos, e transforma qualquer silêncio em um campo de guerra mental. Desde que eu saí daquele maldito presídio, com o gosto da humilhação ainda na garganta, eu não tive um minuto de paz. Coringa não apenas comemorou minha queda — ele fez questão de me lembrar disso. E como. O desgraçado mandou um presentinho: todos os pneus do meu carro rasgados, uma mensagem clara de que ele ainda tinha o controle, de que ainda podia me atingir, mesmo de longe, mesmo sem abrir a boca. Tive que chamar um rebocador, pagar por fora pra não chamar atenção, e voltar pra casa de táxi, engolindo minha própria bile como se fosse vinho caro. Ele deixou claro que até na cadeia

