Coringa narrando Desde que ela saiu de casa hoje, meu peito tá estranho. Eu já acordei sabendo que ia ser dia tenso. A Ellen saiu com o olhar perdido, o corpo rígido, aquele jeito dela de quando tá segurando a barra sozinha. E eu odeio isso. Odeio quando ela tenta carregar o mundo nas costas sem dividir comigo. Mas eu entendo. Ela sempre foi assim. Guerreira, decidida, casca grossa. Só que dessa vez o bagulho é sério. É o sonho dela. É a vida dela em jogo. E eu fiquei aqui. Andando pela casa igual alma penada, sem saber onde colocar a mão. Liguei a TV e desliguei. Botei o som e tirei. Mexi no celular, vi as mensagens da rapaziada, desenrolei dois assuntos do morro, mas minha cabeça não saía dela. A Ellen é minha mulher. Minha parceira. E eu sei o quanto essa profissão significa pra e

