Leozinho narrando O dia já tinha começado no pique. Desde que o Arcanjo me botou como responsável direto pelo recolhe das bocas, meu telefone não para. É giro, é pendência, é desvio, é malote que não fecha… e se eu não ficar em cima, o bagulho desanda. A boca ali da viela do Sete já tava dando problema há uns dias. Tava vindo menos dinheiro do que devia, e tinha gente falando que tão aliviando pros parceiro, mandando menos carga, menos base. Resolvi passar lá pessoalmente, ver o que tava rolando. Nada de mandar recado. Fui eu mesmo. Encostei a moto, falei com o gerente, pedi o livro de anotação, encostei na moto e comecei a contar o dinheiro. Era muito. Notinha por notinha. E eu ali, concentrado, somando tudo na mente, batendo com o caderno e com o que tava na minha mão. Foi aí que a

