Coringa narrando Desde que ela apareceu na frente da minha cela com aquele envelope na mão, eu não consegui mais ser o mesmo. A mulher que me cortou com palavras, que cuspiu no meu orgulho, que me chamou de manipulador, de lixo, de escória… agora tava ali. Frente a frente comigo. Sem armadura. Sem script. Com o olhar trincado de quem ainda tava sentindo tudo — mas tentando esconder. Eu não esperava que ela tivesse peito pra isso, não esperava mesmo. Eu não queria olhar na cara dela, eu tô com a mente a milhão e ela é o principal motivo disso, ela sabe dessa merda, no fundo ela sabe. Ela entrou sem falar nada. Andou até mim. O salto ecoando no chão da galeria como sentença. E parou ali, na minha frente, com a mão estendida. O envelope. O laudo. Aquilo que eu desejei por semanas, de

