Capítulo 2

1531 Words
Capítulo 2 MALVADÃO NARRANDO 😈 Mais um dia. Corrido pra cäralho e meu vulgo em disparada nas notícias. Malvadão isso. Malvadão aquilo. Dono da Rocinha. Crüel. Já tô ligado e sei tudo de cor. Mas podem tentar o que quiserem, quem manda aqui sou eu. Peguei o controle desse morro depois que meus coroas cairam numa emboscada. Armação de uma piranhä. Só que eu não deixei barato não. Cacei aquela desgraçadä até o infernö. E quando achei. Fiz ela implorar pra morrer. Matei devagar. Na tortura. Foi grito, sangue, e pedido de socorro que não adiantou de porrä nenhuma. Com quinze anos eu assumi o morro e a responsa da minha irmã. E te digo, quinze anos se passara. E aqui virou uma fortaleza. Aqui não tem moleza não. Tentou subir? Vira peneira. Tentou passar visão torta? Vai pro saco. E papo encerrado. — Vixe. Tá viajando em quê aí? — a voz do FP me puxa de volta. — Na minha história… No meu coroa. Na minha coroa. — respondo, soltando a fumaça do balão que tô marolando. — Irmão. Eu passei tudo contigo, tá ligado. Tio era um pai pra mim também. Mas, você sabe, não fica mexendo nessa ferida não. — ele fala no papo reto. — Fácil falar, né. Ele suspira pesado e muda o assunto, do jeito dele. — Final de ano tá batendo na porta, parceiro. Bora botar os bailes pra estralar, fazer o malote crescer. — Tô só esperando a resposta de um X9 lá no banco. Papo de virar coban, visão? Malote pesado vindo. — Você tá de säcanagem, né? Eu sou teu sub e tô sabendo desse bagulho só agora, porrä? — FP levanta a sobrancelha. — É tudo no sigilo, cäralho. Nem as paredes sabem. — Certo. Mas você tá ligado que não pode deixar pra dezembro. Dezembro é visado demais. — Eu sei. Por isso que o bagulho tem que desenrolar logo. — Fechou. Vou dar um giro. Tem uns B.O pra resolver. Mais tarde colo na tua goma. — Vai começar a putäria, né? Depois vem chorar que tomou no cuu. — Nem sei do que você tá falando Já falei pra parar de cheirar essa porrä aí — ele sai rindo, arrombado safadö. Fico olhando ele sumindo no beco e pego o celular. Hora de trocar ideia com o X9. 📲 Ligação on... — Fala. — Tá confirmado. Vai chegar uma grana do Banco Central, mais um investimento de uns gringos. Trocaram a segurança. Tá fraco. Mamão com açúcar. — E pra quando essa fita? — Final de outubro. No máximo começo de novembro. Dezembro a segurança já vai tá reforçada. — Fechou. Preparo tudo por aqui. Só aguardo teu sinal. Desligo logo, sem muita ideia. Eu não sou de ficar botando a cara na pista, não. Nem gosto. Meu CPF é limpo, parceiro, mas precisa ter cautela. Quem é procurado é o Malvadão. E ninguém sabe quem é o Malvadão. Mas é isso, agora eu preciso colar em casa, trocar uma ideia com a Jéssica. ( ... ) Chego em casa e tudo tá silêncio. É um cäralho mesmo, se ela me desobedeceu, hoje eu vou estrear meu barrote de quatro quina. — PIRRALHA! — grito assim que entro. — CADÊ VOCÊ? — Tô aqui no quarto. — ela responde, mas na voz já dá pra sacar que tá putinhä, mimada do cäralho. Entro no quarto e não erro. Tá com um bico maior que ela. — Achei que ia ter que estrear meu quatro quina hoje. — falo, cruzando os braços. — Tu não tem coragem. — ela rebate, com aquele olhar afrontoso. — Testa pra ver. — O que você tá fazendo não é justo, Malvadão. Respiro fundo, tentando ter a paciência que eu não tenho. — Porrä, Jéssica. Recebi ameaça. Foto tua na escola, jogaram na barreira. Você acha que eu ia fazer o quê? Aqui dentro tu tá segura. Na fortaleza do Malvadão ninguém mexe contigo. — E eu fico como agora? E a escola? E minha amiga? E o vestibular? — ela quase grita, revoltada. — Tá de säcanagem cäralho? Como tu fica agora? — Babacä! — Agora tu fica viva. — solto a risada debochada. — E dentro do morro. — Você é um idiotä, sabia? Agora sai do meu quarto! — ela cruza os braços e vira a cara. — Também te amo. — SAI! — ela berra. — Abaixa a porrä do tom de voz, que tu me conhece! Tô voltando pra boca que o corre não espera. E você não é nem louca de sair de casa. — Falo saindo do quarto. Recebi as fotos dela na escola, jogaram na barreira do morro com ameaça. Na mesma hora cortei… Proibi ela de sair. Tá quase no fim do ano já, faz online. Faculdade a gente vê depois. E se ela quiser pagar pra ver… Eu amasso ela, melhor apanhar de mim, do que morrer na mão de inimigo. Desci as escadas, subi na minha moto e logo cheguei na boca e olha quem tá esparramado no meu sofá. — Trabalhar, filha da putä! — falo, batendo na mesa. — Já trabalhei, tô só descansando, porrä. — Quero alguém de olho na Jéssica. Tô sentindo que ela vai me peitar. — Fechou. Vou falar com o Toro. Tu quer dentro da casa ou só na porta? — Na porta, por enquanto. Vai depender do comportamento dela. — Ah… E tem visita te esperando no quartinho. — Putä que pariu! Tô querendo ver putä, não. Tenho que resolver o bagulho do banco. Falei com o X9, visão? — Relaxa. É a Deusa. — Porrä! Aí tu me quebra, FP. Vou lá. Vai fazer alguma coisa, depois tu cola de volta. — Tô bem aqui, patrão. Levanto, vou pro quartinho. Que de quartinho não tem nada, né. Aqui a boca é casa grande. Sala minha, sala do FP, sala de reunião, cofre, tudo no grau. E esse quarto aqui, cê sabe… É pra meter as putä quando o sangue ferve na pista. Abro a porta. Lá tá ela. Sentada, toda cheia de marra. — Chegou quando? — pergunto, encostando na parede. — Hoje. — ela responde seca. — Veio me procurar por quê? — Porque aqui é o único lugar que eu sabia que ia te achar. Cruzo os braços, encaro ela. — Ainda não tô bom contigo, não. — Tu sabe… Eu sou a única que merece tá do teu lado. E se eu te ver se esfregando com putä… Eu amasso ela de novo. E dessa vez faço pior. Quem essa piranhä acha que é pra vim se crescer pra cima de mim? Tá achando que é quem? Só não botei ela no quartinho porque a Vanuza é uma putona e eu tô pouco me fodendo pra ela… Mas se fosse outra, Deuza tava no saco faz tempo. — Aê cäralho! Não vem se crescer, que eu tô no veneno pra encher alguém de bala hoje, hein. Ela me olha. Dá pra ver o medo no olho, porque sabe que comigo é papo reto e pouca ideia. — Tô com saudade. — solta, abaixando a bola. — Então ajoelha e chupa logo, vai… tá querendo päu e não tá sabendo pedir porrä! Da próxima vez que ficar de mimimi tu já sabe. — mando, sem paciência. Ela nem pensa. Coloca meu päu pra fora e cai de boca. E eu só fecho os olhos e curto o momento… — Vai… Isso… Acelera… Vou gozär na tua boca, cachorra… — aviso, puxando o cabelo dela e deixando a minha porrä encher a boca dela. Ela engole tudo! Eu arrumo minha roupa, pego umas notas de cem e jogo na cara dela. — E eu? — ela pergunta, limpando a boca. — Não vou gozär? — Falou demais, já me irritou. Não tô afim de te aliviar não. Sai fora. E não volta aqui sem eu chamar. Ela sai cuspindo fogo. E quer saber? Tô nem aí. Depois daquela vadiä que me destruiu, não me apego mais a ninguém. Quem segurou minha onda foi o FP e a Jéssica. A Deusa acha que tem direito de fiel… Só que eu tenho putä demais pra isso. Volto pra sala. E adivinha? O FP tá no mesmo lugar. — O que tu fez que a Deusa saiu daquele jeito? — ele pergunta, rindo. — Na real, eu nem fiz. Filha da putä vem se crescer pra cima de mim. E se ela e a Vanuza começarem, já vou logo amassar as duas. — Ah… A Jade passou aqui te procurando quase agora . Mandei ela voltar amanhã. — Essas putä não me dão sossego, tá vendo? É por isso que eu não tenho fiel. — Tu sabe bem o motivo, de não ter fiel né… Fica aí se enganando. — ele ri, levanta. — É isso. Tô vazando. Fé, irmão. — Fé, irmão. Vou meter o pé também. Depois eu resolvo o bagulho do banco. Pego minha moto, raspo daqui. Chego em casa, passo na porta do quarto da Jéssica… Tá lá assistindo alguma coisa. Vou pro banho, caio na cama… E apago.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD