Dário O som abafado dos passos ecoava na grande sala de reuniões, mas nada conseguia quebrar o peso no ar. O fato de eu estar ali, mais uma vez, tendo que discutir o que deveria ser uma simples questão de liderança, me irritava. Antônio, meu pai, estava sentado à cabeceira da longa mesa, seus olhos fixos em mim, como sempre. E eu sabia que ele me observava não apenas como filho, mas também como um inimigo. Ele estava tão determinado a manter o controle sobre a máfia italiana que, às vezes, era impossível até mesmo para ele perceber que o mundo ao nosso redor estava mudando. A última vez que discutimos sobre Paolo, ele me chamou de ingênuo. E agora, mais uma vez, estávamos à beira de um confronto. Um confronto que, para mim, não era apenas sobre nossa família, mas sobre o futuro de toda a

