CAPÍTULO 149 EDUARDA NARRANDO A casa já tava mais silenciosa. Minha irmã já tinha ido embora fazia um tempinho, depois de muita risada, abraço apertado e promessas de irmos pro baile juntas. Fiquei ali sozinha, limpando a cozinha, recolhendo os copos e pratos, passando o pano no chão, deixando tudo em ordem. O som da rua era distante. Só dava pra ouvir o barulho de um funk tocando longe e um ou outro latido dos cachorros do vizinho. Tava naquele clima de fim de dia, onde tudo acalma… menos o coração da gente. Tava distraída, concentrada lavando a louça, quando senti aqueles braços firmes me abraçando por trás. Quase deixei cair o copo de susto. — Sombra! — falei, rindo baixinho, me virando um pouco de lado. — Que susto, amor! Ele encostou o rosto no meu pescoço, o cheiro dele mistura

