Um pequeno raio de sol atravessava as cortinas brancas da janela do meu quarto, eram seis da manhã e eu olhava meu reflexo no espelho do chão ao teto, minha pele parecia jamais ter visto o sol, e o cabelo e os olhos escuros apenas me deixava ainda mais pálido.
Olhei brevemente pra tela do celular na mesa ao ouvir o toque da mensagem: "Jung Jay-Jasper, traga para seu melhor amigo um pouco da sua comida deliciosa."
A mensagem era de Jeong jung-koo, um dos meus melhores amigos. Ele me avaliou no primeiro dia de aula do semestre e declarou em alto e bom som que seríamos amigos. Desde então JK se arrastava atrás de mim feito um espírito obsessor.
Ele dizia que meu olhar e respostas frias significavam que eu o amava profundamente. Eu não admitia, mais não negava. JK era uma exceção a regra.
Minha faculdade era cheia de alunos ricos e fúteis, do tipo que nunca precisou lutar por nada, do tipo que independente das notas, tinham um futuro garantido. O tipo que eu desprezava.
Eu não me misturava a eles porque não eramos iguais. Eu dependia de cada boa nota que tirava, de cada música que compunha a própria punho e vendia para grandes gravadoras, de cada designer de roupas que levava dias pra ser desenhado e que me deixava longas noite sem dormir.
JK era exceção porque apesar de rico, parecia ter lutado por tudo que tinha, apesar de tão jovem.
Fiz o meu café da manhã em grandes porções, embalando tudo para comer com Jung-koo na faculdade. Não havia ninguém com quem dividir o café além dele, perdi meus pais a cinco anos e não tinha irmãos. Era apenas eu.
Jk dizia que eu acordava antes do sol, mais quando cheguei no campos, ele já me esperava embaixo de uma árvore.
JK tinha grandes olhos pretos brilhantes, lábios cheios, dentes grandes como um coelho e dois piercing no lábio inferior.
Ele era do tipo que parecia ter cinco anos num instante, e vinte cinco no outro. Ele era do tipo que se escondia atrás de mim em um momento, e no outro me protegia como um guarda-costas.
Nos faziamos juntos Publicidade e Comunicação. O professor nos dividiu em grupos na primeira aula daquela manhã, JK e eu optamos por trabalhamos em dupla. Então um dos alunos entrou atrasado, e apesar de todos implorarem pra ele estar em seu grupo, o professor optou por juntar ele com Jk e comigo.
Meu humor, já muito r**m, piorou muito.
Ele era outro dos garotos ricos que pensavam que podiam fazer o que quisesse.
Então eu apenas virei o rosto pra janela quando ele se juntou a nós. Seu perfume se espalhou pela sala.
Kim Tae-Yang era o cara mais popular da universidade. Todos os cursos sabiam quem ele era. Todos os caras o veneravam e todas as garotas queriam casar com ele.
Ele não era apenas ridiculamente rico, era absurdamente bonito também.
Sua beleza era avassaladora. A pele branca tocada pelo sol, o nariz pontudo, lábios finos rosados, olhos de fênix em um preto profundo. Seu cabelo n***o caia em ondas até a nuca, e ele os mantinha arrumandos para trás com tanta perfeição que poderia ser penteado com uma régua.
Ele vestia uma calça mom preta que possuía um caimento reto, pernas largas e cintura alta, e camisa de botões branca com ombros caídos. Com o óculos de armação fina prata, ele parecia estar gravando um comercial.
— Precisamos começar logo, se eu tirar notas ruins meu noivo me mata. — Jk falava no seu costumeiro tom gentil e tímido.
— Você tem noivo Jk? Eu não sabia, ele é daqui? — Fez-se um segundo de silêncio, eu praticamente podia ver o olhar confuso de Jeong, ele não devia acreditar que Tae soubesse seu nome.
Eu por outro lado fechei brevemente os olhos ao ouvir pela primeira vez aquele som. Sua voz era grossa como um barítono, mais delicada e macia como veludo.
— Não, ele terminou a faculdade. — Meu amigo finalmente respondeu.
— Parabéns, parece incrível. — Ele parecia realmente sincero: — Jay, ouvi falar que você vende flores, posso fazer uma encomenda aqui mesmo na universidade?
Foi minha fez de ficar em um silêncio estranho, ele conhecer Jeong jung-koo fazia sentindo. Mesmo que Jk fosse tímido e discreto, era muito bonito e gentil, então todos o conheciam, mais eu fazia questão de ser o mais invisível possivel para pessoas como Tae.
Finalmente eu me virei pra ele, seus lábios tinha um formato quadrado quando sorria. Seus olhos estavam cheios de educação e gentileza.
— Hum, sim, você tem preferência por rosas, girassois...
— Todas que você tiver, se não se importar.
— Tudo? Você vai levar tudo?! — Eram mais de 500 flores. Se aquilo fosse uma estúpida brincadeira dele eu arrebentaria essa cara malditamente bonita. Não importa se ele tem 1,89 de altura e eu 1,73.
— Sim, três endereços diferentes, são uma surpresa.
E ele fez o pagamento de todas as flores quando terminei de calcular o preço.
Ele sorriu quando verifiquei se o pagamento era autêntico: — Não podia esperar eu sair pra fazer isso? Estou duvidando do meu próprio caráter agora.
— Não quero correr atrás de você enquanto ligo pra polícia, caso seja falso. — Eu verifiquei os endereços dados por ele meio conciente que um dos endereços era familiar, mais nervoso demais pra pensar.
— Só gostaria de falar um pouco com você Jay. Essa flor, Peônia, tem o mesmo tom rosa dos seus lábios. As bordas de sua boca é um rosa suave, mais o centro é um rosa avermelhado, exatamente como uma flor. Tudo isso se destaca muito em sua pele de porcelana e nos olhos pretos.
— Você tem lábia, devia vender as flores em meu lugar. — Tentei disfarçar a timidez pelo elogio cativante dele e não o deixei notar quão nervoso eu ficava perto dele e quão atrapalhado seu olhar me deixava.
— Bem que Jk falou do seu jeito mandão e o m*l humor diário. — Ele comentou com um sorriso sonhador. Ele parecia querer me ajudar com as anotações, pelo forma como seu olhar seguia meus movimentos, mais não ousou chegar muito perto.
— Jk caiu do berçário uma série de vezes quando criança e até fugiu de clínicas psiquiátricas, não dê ouvidos a ele.
Mais tarde eu cortaria os membros de Jung-koo com uma faca cega por sua traição. Ele estava sentado quieto ao meu lado e estremeceu.
Então Tae-Yang perguntou diretamente: — Eu devo presumir que você não goste muito de mim, não é Jung Jay-Jasper?
— Exatamente.
— Você ainda não me conhece, mais eu compreendo. — Ele parecia achar muito divertido minha indiferença, talvez ele que tenha caído do berçário afinal.
— Obrigado pelo compra, volte sempre. — Eu o olhei dessa vez, tentando pedir pra que ele fosse embora apenas com os olhos. Eu não conseguia pensar ou fazer nada com ele ali todo certinho com roupas que pareciam alinhadas com régua, e me fazendo sentir como se tivesse meio doente.
— A partir de amanhã estarei trabalhando pra te provar que você não tem motivos pra não gostar de mim. — Dito isso ele foi embora.
A primeira entrega foi em um apartamento, a segunda no meu próprio estúdio de moda e a terceira e última, na casa luxuosa do próprio Tae.
No dia seguinte eu resolvi agradecer de verdade a Kim Tae-Yang pelo que tinha feito, graças aquela compra eu poderia descansar um pouco ou estudar ainda mais. Foi depois daquele dia que ele não saiu mais do meu pé.
Sobre provar que eu não tinha motivos pra não gostar dele, ele provou. Ele era sempre educado e cortez, como um cavaleiro saído de um livro de época.
Em poucos dias Tae-Yang se adaptou a minha vida como se fossemos amigos a vida toda, a ponto dele saber o que eu queria comer apenas notando meu humor. Mais eu ainda tinha um milhão de perguntas sobre ele.
Apesar de passar tanto tempo juntos, era incrível o quão pouco eu o conhecia. Sua vida era um mistério absoluto.
Naturalmente as pessoas começaram a questionar nosso relacionamento.
Eu o chamava de amigo, ele queria me chamar de namorado. Seus flertes eram diários.
Se Taehyung falava sério eu não sabia, só sabia que se ele falava não fazia diferença, por que eu jamais me envolveria com um homem cheio de segredos como Kim Tae-Yang.
Além do fato de que ele estudava publicidade e comunicação, falava diversos idiomas e conhecia de tudo um pouco, ninguém sabia mais nada.
Era como se Kim Tae-Yang não existisse fora da universidade.