capítulo 7. show com a minha amiga

786 Words
— Ravena, a semana passou muito rápido… hoje já é sexta! À noite eu passo aí para irmos ao show Luna me envia uma mensagem. Na tarde, eu me arrumo e fico esperando antes de a noite chegar, ansiosa pela chegada dela. — Vamos lá! ela diz, me puxando pelo braço para fora. — A noite é uma criança… e nós também! Ela olha para minha mala perto da porta. — Nossa, você já está pronta mesmo, não é? — Sim respondo. — Quando eu voltar do show, vou de carona com o Diego até a cidade Vale das Sombras. — Tudo bem… eu ainda não acredito que você vai embora e vai me deixar aqui sozinha ela fala, fazendo um bico. — Vamos aproveitar o show, e outra… não é como se eu fosse para outro planeta respondo, sorrindo. — Sim, mas você vai trabalhar como babá e estudar na faculdade… vai ser difícil pra gente se falar ela diz, suspirando. — Vamos aproveitar a noite antes de pensar no resto digo, e vejo o sorriso dela voltar, animado. No show da Nightbloom — Nossa, já tem muita gente aqui! Luna exclama, os olhos brilhando de animação. — Olha, a banda já vai subir no palco! ela me puxa para mais perto das grades, quase me arrastando pelo empurra-empurra da multidão. O coração bate mais rápido quando vejo o primeiro a subir: o vocalista. Ele tem cabelos longos e pretos, uma expressão séria e distante… e um ar de mistério que me deixa sem palavras. Logo depois, aparece o baterista. Ele é ainda mais imponente que o vocalista, com cabelos loiros e músculos evidentes, exalando força e confiança. A última a subir é a guitarrista, uma mulher de cabelos curtos e vibrantes, com potas verdes, tatuagens pelos braços. Ela também é bonita, e seus movimentos no palco transmitem intensidade e poder. Algumas tatuagens sobressaem nos braços e ombros, completando o visual único dela. — Olha, Ravena! Luna aponta para o braço esquerdo do baterista. — Vê só isso! Curiosa, me aproximo junto com ela. — Interessante… murmuro. No braço dele, uma tatuagem de um anjo n***o se destaca, detalhada e imponente, contrastando com a pele dourada pelo reflexo das luzes do palco. — Um anjo n***o… sussurro, quase hipnotizada. — Combina com o som deles. Luna sorri maliciosa: — Eu sabia que você ia reparar nisso. Você sempre repara no misterioso, não é, Ravena? Sinto um arrepio percorrer meu corpo enquanto a música começa, os instrumentos vibrando juntos, e percebo que, de alguma forma, a energia do palco parece puxar cada parte de mim, intensa e impossível de ignorar. A guitarra começa a chorar notas longas e melancólicas, acompanhada da bateria que pulsa no peito como um coração acelerado. O vocalista ergue o microfone, e sua voz grave atravessa o ar: “Sou a sombra que toca a luz sem nunca poder tê-la. Sou a noite que te chama, e você volta… mesmo sabendo que dói.” Sinto cada palavra penetrar dentro de mim, como se a música soubesse os meus segredos mais guardados. O ar ao redor parece mais denso, carregado de emoções que não consigo controlar. — Uau… murmuro, sem perceber que minha voz saiu baixa demais. Luna me dá um cotovelo leve, sorrindo: — Eu sabia que você ia sentir. Não é só música, é como se falasse com a gente. Fecho os olhos e deixo o som me envolver completamente.cada batida da bateria, cada r***o da guitarra parece ecoar algo que eu não consigo dizer em palavras. “Sou a sombra que toca a luz…” A melodia me puxa para dentro de mim mesma. Penso no passado, nos meus pais, na solidão que senti desde que eles se foram. Mas também penso no futuro, na Cidade de Vale das Sombras, nos desafios que me esperam, e algo dentro de mim se acende, uma mistura de medo e excitação. “E você volta… mesmo sabendo que dói.” Um arrepio percorre minha espinha. Por um instante, sinto como se a letra tivesse sido escrita para mim, como se me alertasse sobre algo que ainda não compreendo. Abro os olhos e vejo o vocalista olhando para o público, a intensidade nos olhos dele me prende. Não sei se é só a música, ou se é algo mais, mas algo dentro de mim reconhece aquela dor e aquele mistério. Luna percebe minha expressão e me segura pelo braço: — Está tudo bem? Assinto, ainda hipnotizada pelo som. — Sim… é só que… é incrível como eles conseguem tocar a alma da gente assim. Ela sorri, satisfeita, e puxa minha mão. — Então vamos aproveitar cada segundo! Noite como essa não se repete, Ravena.
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