Capítulo 1- Primeiro encontro

4145 Words
Só tenho uma semana de férias pela frente. Acordar tarde e ficar lendo até as seis da manhã, vai ser um ritual que vai acabar. Me levanto da cama ao meio dia e vou para meu banheiro. Tomo um banho morno e lavo meus cabelos compridos e pretos. Escolho um moletom do Mickey cinza e uma calça de malha também cinza. Assim que termino de me arrumar desço as escadas, indo em direção a cozinha. - Claro pai, Edgar e eu estamos felizes juntos. Mais um ano de namoro pela frente. - Cíntia minha irmã fala de seu namorado, um belo n***o forte e rico. - Cíntia esse seu namoro já dura três anos e nada mais que isso. Eu quero netos, e pelo que vejo sua irmã não me dará. - Me escondo ao lado da porta da cozinha e fico ouvindo o que dizem sobre mim. - Ela só é fechada pai. Aos poucos ela se solta. - minha irmã diz. - Ela está f**a, se esconde em baixo de moletons grandes e óculos maiores ainda. Nossa família tem beleza e ela não aproveita. Nunca teve um namorado e pelo que vejo não vai ter. - meu pai diz com desgosto. - Ela só esta largada em seu estilo. Ela é ótima e um dia Samira vai achar alguém. - Cíntia me defende. - Eu ia apresentar o filho de um amigo para ela, porém sua escolha de estilo não o agradaria. Queria que ela fosse como você. Ainda bem que não é burra. - ele diz ainda com desgosto. - Pare de dizer isso pai, ela não pode ouvir isso. -minha irmã abaixa a voz. - Que ela escute. Ela é f**a, sem sal, nem amizades tem, imagina um namorado. Espero que você me dê netos. Você sabe que é minha preferida. - uma lágrima solitária sai de meus olhos. Minha irmã olha para a porta e eu saio correndo para meu quarto. Sempre há mesma coisa, meu pai nunca teve orgulho de mim. Mesmo eu sendo ótima na escola, e pretendendo fazer arquitetura ele não me valoriza, parece que nada do que faça é o suficiente para que ele me veja com amor. Acho que ele ama mais minha irmã. Ela sempre foi popular e linda, sempre teve diversos caras por sua volta. Fez balé, vôlei e natação, ganhou medalhas e nunca foi retraída como eu. Me sento em minha cama e choro. Não pelo que ouvi hoje, mas pelo que acontece desde que minha mãe morreu há três anos. Eu e ela éramos idênticas, mesmos cabelos pretos, olhos castanhos esverdeados, lábios vermelhos não muito volumosos e um corpo magro curvilíneo, nosso rosto é bem parecido. Acho que há lembrança o faz me odiar, talvez eu nunca saiba o porque disso tudo. Abro minha gaveta em minha penteadeira e retiro de lá meu álbum de fotos. A foto que acho me faz chorar ainda mais. Na foto está mamãe, papai, minha irmã e eu, estamos sorrindo tão felizes, essa foi a última foto que tiramos antes de mamãe ter uma serie de problemas e falecer, me deixando sozinha. Escuto leves batidas na porta, guardo o álbum no fundo da gaveta. Minha irmã entra em meu quarto e me abraça. Choro tudo o que devia em seus braços acolhedores. Ela virou minha amiga quando mamãe morreu, mas essa amizade passou rápido já que papai tenta de tudo para nos distanciar. Mesmo eu tendo 17 e ela 23 anos, ela se tornou uma figura materna para mim há algum tempo atrás, até que fui excluída da vida do meu pai por ele. - Não fique assim pequena ele te ama. - ela diz tentando me acalmar. Tiro meu rosto de seu peito e há encaro. - Ele não me ama, ódio e desprezo é o que vejo em seu olhar. Aquele pai acolhedor, o homem que era meu herói morreu com a mamãe. Sinto tanta falta dela. - digo com mais lágrimas em meus olhos. - Eu também amor. - ela me dá um beijo na testa e me abraça. Seu celular toca e sei que é seu namorado. - Pode ir Cint estou bem agora.- ela me dá um beijo e se retira do meu quarto. Passo meu dia lendo. Quando dá quatro horas meu celular toca. - Alô. - Samira me traga uns papeis que esqueci na mesa de jantar. - meu pai fala friamente. - Estou indo. - desligo o celular e vou até meu closet. Pego uma calça jeans apertada de lavagem escura, uma blusa de seda amarela e um cardigã cinza, olho para minha imagem no espelho, acho até agradável o que vejo, meus cabelos estão soltos e ondulados. Pego minha bolsa de mão, os papéis de meu pai e saio de casa. Assim que estou na rua pego um táxi até a empresa onde meu pai é contador. Nunca conheci o chefe de meu pai, só sei que ele é jovem e está no comando das construtoras da família. Assim que o táxi para, saio do veículo depois de pagar a corrida. O prédio é lindo. Preto de vidros espelhados e uma placa deslumbrante com as iniciais da empresa, DCC (Dernis and Construction Company). Entro no prédio e vou direto para a recepção pegar o crachá. - Bom dia senhorita Black. - Laura me cumprimenta. - Como vai a sua bela menina? -pergunto sobre a filha dela. - Minha princesa está no balé agora. - ela dá um sorriso deslumbrante ao falar da filha. Minha amiga é linda, corpo escultural, morena de cabelos pretos hidratados, olhos verdes e lábios carnudos. Uma ótima e dedicada mãe solo. - E você mocinha está fazendo o que aqui? - Vim trazer uns papéis para meu pai. - ela me dá um crachá e um beijo na bochecha. Vou até o elevador e aperto o botão do sexto andar. O prédio tem quatorze andares, nunca fui nos demais, mas tenho curiosidade de visitar alguns deles, como o último, da presidência. Saio do elevador, assim que o mesmo chega ao meu destino. Vejo Suelen e Vladimir em suas mesas ao lado da sala de meu pai. - Boa tarde Suelen, Boa tarde Vladimir. - eles me dão um belo sorriso e dizem para eu esperar um pouco. Suelen é uma ótima secretaria e uma linda n***a de cabelos cacheados. Já Vladimir parece um modelo loiro, de olhos verdes e corpo atlético. - Pode entrar Sam. - Suelen me diz. Eu bato na porta e escuto a voz rouca do meu pai me mandando entrar. - Não poderia ter passado uma maquiagem nessa sua cara? - ele me pergunta já com raiva. - Você me pediu para trazer seus papéis, não desfilar na empresa. - digo também friamente. Vou até sua mesa grande de vidro e coloco os papéis. - Da próxima vez não me envergonhe. - ó encaro incrédula. - Como pode um pai odiar tanto a filha? Por que me odeia tanto? Por que me insulta, sem eu ter feito nada? Diga-me. - falo com minha voz já alterada. - Olhe como fala comigo garota. Eu não gosto do seu rosto, seu cheiro me enoja, saía daqui. - sinto lágrimas em meus olhos, respiro fundo para conte-las. - Eu não tenho culpa se mamãe morreu. Eu mais que todos há queria viva. Ela era a única que me amava e não me desprezava. - sua expressão muda quando falo de mamãe. - Sua mãe não tem nada haver com isso. - ele grita a frase. - EU SOU IDENTICA HÁ ELA. EM CORPO, ROSTO E ATÉ MEU JEITO FECHADO E RETRAIDO É IDÊNTICO. NÃO SEJA COVARDE E ME CULPE PELA MORTE DELA.- sinto minha bochecha ardendo depois de seu t**a. Arregalo os olhos e ponho minha mão onde recebi o t**a. - Como pode fazer isso? - ele me olha sem mostrar reação. - Isso é para você aprender há não gritar comigo. Agora saía, sua presença me embrulha o estômago. - saio de sua sala. Me sento em uma das cadeiras que tem ao lado de fora da sala. - Sam você está bem? - Suelen me pergunta preocupada. - Eu só... - não consigo terminar de formular a frase, pois soluços saem de meus lábios. Choro de cabeça baixa, até sentir um toque em meus ombros. Olho para cima e vejo um homem lindo, um belo Deus Grego. - Quer sair daqui?- ele me pergunta e a única reação que tenho é assentir. Esse desconhecido me guia até o elevador, e mesmo eu tentando as lágrimas não param. Quando o elevador chega está vazio, um soluço traidor sai de meus lábios, acompanhado por outros mais altos. - Ei. Se acalme. - esse desconhecido me abraça e eu choro em seu peito. Meu corpo treme e começo a sentir falta de ar. Em segundos estou puxando ar para meus pulmões de forma desesperada. - Respire Sam. Se acalme e respire. - ele se afasta de mim. O elevador se abre e ele me pega no colo. Meu peito dói e estou hiperventilando como das outras vezes, só que agora a ansiedade parece me nublar e nenhuma alternativa me aparece, tento ao máximo, mas é tão difícil. - Tome. - ele me dá um saco de papel e eu o coloco em minha boca. Aos poucos volto ao normal. Assim que estou melhor percebo que estou em um escritório grande e todo branco. - Obrigada. - agradeço quando pego o copo de agua que ele me oferece. - Você está melhor? -ele pergunta ainda preocupado. - Sim obrigada. E desculpe por chorar em seu peito e por essa cena. - falo envergonhada. - Não tem problema. - ele me dá um sorriso sedutor e contagiante. Que belo homem. - Acho melhor eu ir. Sou Samira. - estendo a mão para ele. - Me chamo Carter. - Me assustou ao saber que esse é o chefe de meu pai e minha irmã. - É um prazer conhece-lo senhor Dernis. Tenho certeza que devo estar lhe atrapalhando. - digo olhando em seus pelos olhos castanhos. - Não se preocupe, tenho o dia livre. - esse sorriso está mexendo comigo. E seu cheiro de algum perfume caro esta tirando minha concentração. De onde eu tirei esses pensamentos? - Mesmo assim tenho que ir. - me levando do sofá que estava e vou até a porta. - Precisa de uma carona? - Não precisa se incomodar eu pego um táxi. - ele vem em minha direção, e a única coisa que sinto é um arrepio incomum ao ouvir sua voz rouca e excitante. - Eu insisto, vamos. - ele me puxa pela mão. Sinto seu toque delicioso, mãos grandes segurando pequenas em um encaixe perfeito. Mas o que está acontecendo comigo? Carter narrando. Hoje de manhã descido fazer um orçamento para a nova construção de um hotel num terreno um pouco afastado do Centro de Nova York. Mesmo com pouca experiência eu sei lidar muito bem com os negócios. Saio de minha sala e desço até a de Paul. Escuto gritos da sala dele, sua secretária me barra antes que eu entre. - EU SOU IDENTICA HÁ ELA. EM CORPO, ROSTO E ATÉ MEU JEITO FECHADO E RETRAIDO É IDÊNTICO. NÃO SEJA COVARDE E ME CULPE PELA MORTE DELA.- escuto um som de t**a. Não acredito que Paul fez isso com alguma mulher. Em questão de segundos uma garota sai da sala de Paul assustada. Ela vai até uma das cadeiras e se senta. - Sam você está bem? - Suelen pergunta preocupada. - Eu só... - ela tenta formular uma frase, porém soluços saem de seus lábios e lágrimas pesadas de seus olhos. Vou até a menina que está de cabeça baixa, toco seu ombro e Sam me encara. Seus olhos são de um castanho agora sem brilho, isso de certa forma me dói ver que ela sofre. - Quer sair daqui? - ela não fala nada somente balança a cabeça. Coloco minhas mãos em seus ombros e sinto leves tremores de seu pequeno corpo. Assim que o elevador se abre entramos, mas um soluço alto que antes era contido por seus lábios carnudos chama a atenção. - Ei. Se acalme. - ela chora ainda mais. Abraço seu corpo pequeno e ela chora em meu peito. Percebo que ela busca o ar para seus pulmões e isso não é bom. - Respire Sam. Se acalme e respire. - afasto ela de meu corpo, sua pequena mão está em seu peito. Quando o elevador chega em meu andar, pego ela em meus braços. Minha secretaria se assusta e logo abre a porta da minha sala. Pouso essa figura pequena em meu sofá de couro preto, corro até minha mesa e pego um saco de papel. Sempre deixo alguns em minha sala, já que mamãe algumas poucas vezes usou. - Tome. - lhe entrego o saco e ela logo o põe na boca. Vou até a parede esquerda de minha sala e pego em cima da mesinha um copo de água. Ela já está melhor e lhe ofereço o copo d'água. - Obrigada. - sua voz está um pouco rouca mesmo assim é linda e melodiosa. - Você está bem? - pergunto ainda preocupado. Por que estou preocupado? Nem a conheço. - Sim obrigada. E desculpe por chorar em seu peito e por essa cena. - envergonhada, suas bochechas pálidas ganham certa cor rosada. - Não tem problema. - dou-lhe meu melhor sorriso, e vejo que ela se derrete. Ponto para você Carter. Mas o que estou pensando? - Acho melhor eu ir. Sou Samira. - ela estende sua pequena mão para mim. - Me chamo Carter. - ela se assusta quando digo meu nome, mas logo se recompõe. - É um prazer conhece-lo senhor Dernis. Tenho certeza que devo estar lhe atrapalhando. - Não meu anjo, não vá emborra, não quero que se vá. - Não se preocupe, tenho o dia livre. - Eu iria para casa depois de falar com Paul. Então seria agradável levar essa bela menina em casa. No início ela reluta, porém a puxo para fora de minha sala. Minha secretaria olha para minha mão na de Sam. - Irina não volto hoje. - sigo para o elevador com Samira ao meu lado. Ela solta sua mão da minha e pega o celular de sua bolsa. - O que você quer Cíntia? - ela pergunta ríspida. - Vai defender o papai como sempre. Não vou para casa agora. Mais tarde nós falamos. - ela faz uma pausa para ouvir a tal Cíntia. - Apesar de tudo eu te amo. Até logo. - um suspiro alto e cansado é emitido e o celular guardado na bolsa de mão cinza. Ficamos em silêncio dentro do elevador e parte do tempo que estávamos no carro. Liguei o rádio e estava tocando uma música que não me lembro o nome, mas sei que é da Florence and The Machine. A pequena menina ao me lado quebra o silêncio. - Adoro as músicas da Florence. - ela fala sorrindo. E que belo sorriso inocente. - Sabe que música está tocando? -ela presta atenção na música. - É Cosmic Love a minha favorita. - Vai querer que eu te leve para casa? - ela faz uma careta e se recosta no banco do carro. - Você conhece uma lanchonete no Centro, chamada Malibu? - Sim. - Então é pra lá que quero ir.- sorrio para ela. Dirigindo em direção a lanchonete fico pensando, no que poderia ter acontecido há esse anjo para ser maltratada pelo pai. Estaciono o carro em frente há lanchonete e logo Samira desce. Entramos na lanchonete que mais parece aquelas clássicas que vendem milk-shake de morango e sanduíches saborosos. O local tem bancos vermelhos e mesas brancas. - Boa tarde Sam. - uma jovem loira cumprimenta Samira com um abraço. Ela usa uma roupa vermelha com avental branco de garçonete. - Oi Lilian. - nós sentamos ao lado de um vidro que dá vista para a rua. - O que desejam? - Sam olha o cardápio. - Um milk-shake grande de chocolate com bastante cauda e um x-bacon com batatas. - a garçonete anota o pedido e se dirige há mim. - Um milk-shake de morango e um x-bacon com batatas. - ela me dá um sorriso e se retira. Sam ri baixo. - O que foi? -pergunto me divertindo de sua expressão. - Se o Evandro ver ela sorrindo pra você estão os dois perdidos. - Quem é Evandro? - O noivo da Li. - ela para de falar e me encara. - Suas covinhas são fofas. - ela fala e logo ruboriza. - Seu sorriso também é fofo. - digo isso e ela ruboriza ainda mais. - Me fala sobre você. - apoio meus cotovelos na mesa. - Eu tenho 17 anos. Falta só esse ano para eu sair da escola. Pretendo fazer arquitetura, mas minha paixão mesmo são os desenhos que faço. - ela diz com um brilho nós olhos que em segundos some. - Porém não quero promover algo há mais para que meu pai me odeie. - sua cabeça está baixa e ela suspira me olhando, com os olhos marejados. - Esqueça isso. - digo tocando sua mão. - É difícil esquecer de algo assim, não sei se o entendo. Algum dia ele vai perceber que não tenho culpa de ser uma cópia perfeita da minha mãe. - nosso pedido chega e ela começa a tomar seu milk-shake. - Você tem irmãos? - Sim, Cíntia minha irmã mais velha. E você tem irmãos? - Não. Meus pais não queriam mais filhos, por causa do trabalho. - Você faz alguma coisa em seu tempo livre? - seus olhos transbordam curiosidade. - Eu corro, leio ou prático algum esporte, e você o que faz? -tomo um pouco do meu milk-shake e como uma batata. - Eu escrevo. - ela fala e logo ruboriza. - Sobre o quê? - estou curioso por saber um pouco da imaginação dessa jovem. - Uma história de uma assassina de aluguel. - pensei que ela escrevesse romances melosos. - Me dê um resumo da história. - começo a comer enquanto ela se endireita no banco. - A história fica centralizada na busca por poder, e a Melanie é poderosa porém ela quer mais. E esse mais se chama Magic Blue, um clube só para homens e mulheres poderosos. Ela quer desbancar o novo dono dessa máfia, um homem jovem chamado Robert. Ela sabe ser boa em seus crimes e em controlar as pessoas. Só que a excitação de m***r e dar golpes nas pessoas há atrai tanto que ela não mede consequências. Uma mulher de muitos nomes e faces ela vai descobrir que o s**o pode ser a melhor e a arma mais perigosa. - ela fale de uma única vez e fico impressionado. - Essa é a sinopse do meu livro. O que achou? - olho para seus lábios se abrindo para receber uma batata com mostarda - Eu achei bem interessante. Você não tem cara de quem escreveria sobre algo com assassinas, mas sim, um romance tipo a culpa é das estrelas. - ela ri baixo. - Por isso não exponho minha identidade no site que posto. - ela dá de ombros e sorri. - Pensa em publicar seu livro? - ela ri sem humor. - Não acho que faria sucesso. Mas seria algo incrível. - ela me encara e sorri. - O que foi? -ela abaixa o olhar e sorri. - Se nós encontrarmos de novo lhe darei um presente que vou fazer. - há olho confuso. - Como assim? - Hoje vou pintar e pensei em você como inspiração. - Mesmo direta e decidida em suas palavras ela fica envergonhada. - Ficaria lisonjeado em ser uma inspiração para sua arte. - Seu celular vibra na mesa e ela olha a mensagem, seu suspiro é cansado. - Sem querer abusar, mas você poderia me levar em casa? Se não puder deixe pra lá vou de táxi. - Não quero que vá, parece um ímã seu sorriso. - Claro que te levo em casa. - chamo à garçonete e peço há conta. Mesmo que ela relute, pago a conta com a promessa de dividir da próxima vez. Nosso caminho até sua casa é cheio de perguntas sobre gostos musicais. Estacionado em frente sua casa, desço do carro e abro a porta para Sam. - Obrigada pela companhia. - ela agradece. - Eu que agradeço pela companhia. - estamos tão próximos que não resisto e há puxo pela cintura. - O...o que está fazendo? -Não respondo, somente faço. Eu beijo seus lábios macios e convidativos. Ela se assusta e no começo não abre seus lábios, mas aos poucos sede a minhas investidas. Suas mãos em meus cabelos, minha mão em sua nuca e costas. Sam é como um poço com água, e estou cheio de cede. Paramos por falta de ar, lhe dei alguns selinhos e mordo seu lábio inferior. Ficamos com as testas juntas. - Eu tenho que entrar. - ela falou em um sussurro. Lhe beijei outra vez só que não fui calmo como antes. - Carter eu preciso ir. - dessa vez ela fala mais firme. - Me dê seu número de celular. - estendo meu celular para ela que adiciona seu número aos meus contatos. - Tchau Carter. - ela fala se afastando. - Tchau Sam. - ela entra na mansão. p***a estou duro. Sam, Sam o que você está fazendo comigo garota? Samira narrando Meu Deus, meu primeiro beijo foi com aquele homem lindo. p***a eu estou prestes a imitar a Katy Perry no clipe Firework, soltando fogos de artifício pelo peito. Me encosto na porta e toco meus lábios, ainda posso sentir seu gosto de menta com milkshake de morango. - Que sorriso é esse maninha? -Cíntia e Edgar me olham. - Estou feliz. - Me desencosto da porta e me sento no sofá ao lado do deles. - Parece que alguém viu passarinho Verde. - Edgar fala. - Meu Deus parem com isso. O que você queria falar comigo Cint? - ela fica seria e sei que vai defender o papai. - Por quê disse aquilo ao papai? - Só disse a verdade. Ele me odeia porque pareço com a mamãe. - Você não deveria ter gritado com ele. - Mas ele me dar um t**a também não era para tanto. - ela e Edgar arregalam os olhos. - Ele te bateu? - Rio para não chorar. - Fui tratada como um cachorro sarnento. Nuca fiz nada para ele e sou tratada como um lixo. - olho para baixo tentando segurar as lágrimas. - Não diga isso. Ele te ama. - olho para Cíntia, e já sinto lágrimas descendo de meu rosto ,me levanto do sofá. - ELE NÃO ME AMA, VOCÊ ENTENDE ISSO? ELE TEM NOJO DE MIM, NOJO. O QUE ELE ME DISSE HOJE ME FEZ SENTIR UM LIXO, ALGO IMUNDO. VOCÊ SEMPRE ESCUTA ISSO E ME PÕE COMO A VILÃ DA HISTÓRIA. EU NÃO TENHO CULPA DE SER PARECIDA COM A MAMÃE, NÃO TENHO CULPA. - choro cada vez mais e ela se levanta do sofá e tenta tocar meu braço, mas me esquivo de seu toque. - Sam se acalma. Eu te amo maninha. - Rio sem humor. - Se me ama-se como diz não falaria de mim pelas minhas costas. Me defenderia quando Paul me humilha. Você não sabe me amar. - ela tenta mais uma vez me tocar. - Não toque em mim Cíntia. Você acha que só seus abraços podem me ajudar? - balanço a cabeça negativamente. - Não você não irá me ajudar assim. Por que não adianta me abraçar e dizer que me ama, se depois diz há seu pai que estou f**a e não aceito seus precisos conselhos sobre moda. Eu tenho nojo de sua falsidade, como Paul tem nojo de mim. - saio da sala depois de ver Cíntia chorando. Corro para meu quarto e me tranco. Me encosto na porta e choro como uma criança. Por quê não posso ter o amor daqueles que tanto amo? Será que eu sou tão nojenta assim que não mereço o amor deles? Meu celular toca e vejo que é de um número que não conheço. Atendo ainda chorando. - Alô. - digo com voz trêmula. - Sam? Você está bem? -é Carter. Meu choro se intensifica. - Sam, o que houve me diga. - sua pergunta vem de forma preocupada - Eu só briguei com minha irmã. Podemos nós falar amanhã? - Claro. Tente dormir linda. Boa noite. - Boa noite Carter. - desligo o celular, troco de roupa depois de um banho. Deito na cama e durmo depois de chorar até cair em um sono pesado.
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