CAPITULO 1

1421 Words
Wesley . — Como assim ninguém foi buscar Hadassa?— Eu grito com o telefone firmemente contra minha orelha, ouvindo minhas juntas quase se quebrarem com o esforço. . — Sr. Wilson como já afirmei, sua esposa ainda não veio pegar Hadassa. Tentamos ligar para os dois números cadastrados no sistema, mas é a primeira vez que consigo encontrar alguém, falando com o sr. Alguém deve vir buscar Hadassa imediatamente ou seremos forçados a ligar para os Serviços de conselho tutelar. Não teremos escolha a não ser denunciar esse tipo de negligência....— O tom sarcástico da voz da mulher me irrita quando tento entender o que está acontecendo. . — Estou a caminho agora... — Pego minhas chaves e começo a sair pela porta. . — E a senhora, se você me ameaçar novamente, eu pessoalmente vou assegurar que você nunca veja o interior de uma creche pelo resto de sua vida. — Um bufo de indignação escapa da mulher, mas eu continuo. . — Como é a primeira vez que recebemos uma ligação como essa, ameaçar com o envolvimento do conselho tutelar, o que pode equivaler a mera falta de comunicação, é absolutamente ridículo. — No limite da raiva, termino a ligação antes que ela tenha a oportunidade de responder. Ninguém fica entre mim e minha filha. Ninguém. . Entro no meu Range Rover, batendo a porta atrás de mim. Como essa mulher insinua que o conselho tutelar precisa se envolver. Nos últimos seis meses, Hadassa foi atendida em tempo hábil e nenhuma reclamação foi emitida. Claro, provavelmente não foi inteligente ameaçar a pessoa que atualmente mantém minha filha sob seus cuidados, mas ela definitivamente sabe quem eu sou e sabe que tenho o poder de tornar essa ameaça uma realidade. . Eu ligo para o número de Natasha novamente enquanto acelero o caminho pela estrada. Sem resposta. Onde essa diaba está? Eu tento me lembrar se ela me disse para pegar Hadassa, mas nada vem à mente. Natasha tem estado distante ultimamente, mais do que o habitual, mas sinceramente não me incomodei em perguntar o que estava errado. . Não é um grande segredo que eu não casei por amor. Natasha era uma das muitas mulheres que eu mantinha um constante contato s****l. Eu sei, eu sei... Que prostituto. Mas se você cresceu como eu, vendo o exemplo que meus pais deram, um relacionamento também seria a última coisa no seu radar. . Depois de alguns meses “namorando” Natasha, descobrimos que ela estava grávida. Não querendo que minha filha crescesse em um lar desfeito, fiz o que achava certo e pedi a Natasha que se casasse comigo. Ela inicialmente aceitou a ideia de casamento e família, então fiquei extremamente surpreso quando encontrei um panfleto sobre aborto em sua mesa de cabeceira. Quando a confrontei, ela disse que estava pronta para o casamento, mas não tinha certeza de que estava pronta para ser mãe, argumentando que tinha que manter sua figura de “esposa troféu”. . Eu reviro os olhos para a memória de tudo. A única razão pela qual eu estava casando com ela era pelo nosso beê e ela queria se livraria dele? Fui sincero e honesto com Natasha, dizendo a ela que só me casaria com ela se estivesse o bebê. Caso contrário, não faria sentido ficar com ela. . Agora, antes que você se empolgue com o fato de ser o corpo dela, a escolha dela, a decisão de me casar com ela nunca foi planejada como extorsão ou suborno, era apenas a mera verdade da situação. Ela era uma f**a gostosa que virou a mãe da minha bebê, não o amor da minha vida, e o casamento só entraria na equação se minha filha estivesse envolvida. . Posso ser muitas coisas, mas um pai pilantra nunca seria uma delas. . Natasha rapidamente mudou sua música e desenvolveu um caso repentino de febre de bebê, amando tudo que era de bebê. Não vendo pelo que era, a primeira bandeira vermelha. Eu tolamente acreditei em sua mudança de coração, recusando-me a reconhecer o que realmente estava por baixo de tudo. . Quinze minutos depois, estou na creche pronto para ver minha garotinha e tirá-la de lá. Ao me aproximar do escritório principal, vejo que Hadassa está sendo segurada por uma mulher mais velha, com cabelos grisalhos, puxados para trás em um nó apertado. . — Sr. Wilson, que bom que você conseguiu vir. — Ignorando o sarcasmo, tiro Hadassa dos braços da mulher. . — Eu sou a Melissa, conversamos ao telefone. Não conseguimos localizar a Sra. Wilson. Esperamos que esteja tudo bem. — Ela dá um tapinha na cabeça de Hadassa e continua com sua preocupação simulada. . — Não posso matar o d***o, — eu murmuro baixinho. . — O que foi isso? . — Nada. Só estava dizendo que tenho certeza que ela está bem. Provavelmente foi uma confusão na agenda de Hadassa. — Eu passo para pegar a bolsa de Hadassa e percebo um envelope colocado em cima da bolsa. . — Esse envelope estava aqui antes dela ser entregue hoje de manhã? — A megera se vira, um sorriso falso estampado em seu rosto. . — Sim. Eu acredito que sim. Sua esposa deve ter deixado aqui por acidente. — A mulher se mexe nervosamente com os óculos com aro de arame antes de continuar. . — Não abrimos, é claro. Afinal, está endereçado a você.— Não abriu, minha b***a! Tenho certeza que ela já leu e percorreu a fofoca por aí. Balançando a cabeça, viro-me sem dar uma segunda olhada e volto para meu carro, pronto para que este dia termine. ****** De volta à nossa casa, coloco Hadassa para dormir e vou para o escritório, temendo o que quer que esteja dentro do envelope misterioso. Múltiplas possibilidades assaltam minha mente quanto ao que poderia ser, mas no fundo da minha mente eu já sei. . Ela nos deixou... Bem, boa viagem, ela poderia ir para o inferno por tudo que eu me importo. . Uma pontada de culpa me atinge com força total, por ter esses pensamentos. Não importa a mãe que ela seja, Hadassa ainda merece tê-la em sua vida, mesmo que seja na menor capacidade. . Sirvo-me um copo de Macallan 12 e sento-me na grande mesa de mogno que tenho em um canto da sala. Com um suspiro profundo, pego o grande envelope de e desdobro a aba, despejando seu conteúdo. . A primeira coisa que vejo é uma carta com a letra de Natasha, anexada a ela uma petição de divórcio e Renanúncia à custódia. Pela aparência dos documentos, ela deveria estar planejando isso há um tempo. Tempo suficiente para contratar um advogado e divulgar todos os nossos ativos. . Começo com a carta de Natasha, pois ela compartilha como chegou à conclusão de que ser esposa e mãe não era o que ela realmente queria da vida, mas que desejava a mim e a nossa filha de um ano a melhor sorte. . Sério, Natasha? Tenho certeza de que uma criança de um ano prefere esses desejos à presença real de sua própria mãe. . Finalmente, chegando aos documentos do divórcio, vejo que ela ultrapassou os limites do nosso acordo pré-nupcial. Eu já vejo como essa batalha será uma grande confusão. Espero que ela não pense que vai receber um centavo. Afinal, é ela quem está saindo da nossa família. . Sacudindo a cabeça do nevoeiro em que entrei, começo a fazer planos para Hadassa. Por ela, alguém precisa agir em conjunto nesse relacionamento. Pego meu telefone e ligo para o número da minha irmã. Ayla atende no terceiro toque. . — Oi mano. A que devo essa honra? Você nunca me liga durante a semana. . — Bem. — Eu corro meus dedos através do meu cabelo, puxando as pontas. . — Minha vida deu uma guinada inesperada... Eu a informo sobre os detalhes dos eventos de hoje, terminando com um pedido de ajuda. Ayla concorda em vir e ficar conosco por um mês até que eu consiga arranjar uma babá, porque não há nenhuma maneira de levar Hadassa de volta a aquela creche depois de hoje. . — Vou enviar o jato da empresa para buscar você amanhã de manhã. Meu assistente enviará por e-mail os detalhes assim que tudo estiver confirmado.— Eu solto um grande suspiro de alívio, tomando um gole agradecido do líquido âmbar. Talvez, apenas talvez, Hadassa e eu possamos sair ilesos disso.
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