Capítulo 3

1658 Words
- Henrique?... - O quê ?!... Juliana? Oi...?! - Ah desculpa miga, eu acabei de encontrar o Henrique e estou indo perguntar sobre sua entrevista, hum depois eu falo com você tá? Eu ligo mais tarde. - Tá. Não acredito que ele me esperou... esse tempo todo ... isso tudo pelo que eu disse? Lembrando: - "Depois te conto... vai ou eles vão passar para outro. - okay, mas eu não tenho seu número... -Juliana Monteiro! Última chamada! - Vai, depois nos vê isso!" Ele me esperou aqui só por causa disso eu meio que não sei se devo me desculpar ou agradecer. - Olá, como foi? - Hum... você não precisava ter me esperado e tal... ( digo olhando para o chão envergonhada) - Não foi nenhum incômodo, eu também aproveitei e comprei um café para nós dois... Você aceita? Aí aproveitamos e falamos sobre a entrevista, tem uma praça logo ali.(diz esticando seu braço para entregar o café... e é o meu preferido!) - Ta bom, obrigada eu aceito sim. - Vamos?(diz a apontando para o caminho) - Sim. Caminhamos em direção a praça. Eu e ele tomamos o café enquanto falávamos sobre os nossos dias no ensino médio. Chegamos a praça, sentamos e eu logo em seguida perguntei sobre a entrevista dele. - Foi de boa, eu consegui falar o que eu queria falar, porém queria ter conhecido o patrão, mas ele não estava na entrevista. ( diz um pouco decepcionado) - Você gosta muito dessa empresa né?( digo o olhando em seus olhos) - Sim! Eu sempre fui um " nerd", é assim que chamam, né? (Risos) Eu sempre amei a tecnologia, e meio que começou quando eu jogava ou quando assistia animes como Naruto ou Dragon ball Z. E você porque mandou seu currículo pra cá? - Eu meio que sou que nem você, eu amo tecnologia, mas o real motivo não foi por isso... foi para melhorar minha vida e da minha mãe... depois que meu pai morreu eu... ( uma lágrima rola) - Aah tudo bem!!?(diz se levantando preocupado e assustado ao mesmo tempo) - Ah sim... obrigada é meio difícil ainda... (riso fraco) - Eu sinto muito Juliana... pra falar a verdade eu não sabia sobre isso... sinto muito. - Tudo bem! Eu não fico falando pra todos e tal... poucas pessoas sabem... o pior não é isso... é meio que minha mãe... ( eu tento segurar minhas lágrimas mas não consigo...) Ele vem e me abraça me consolando, eu acabei indo na emoção e o abracei também, eu não queria que ele me visse chorando daquele jeito, então me escondi nos seus braços, ele tentava me olhar para vê se eu estava bem mas eu o abraçava mais forte. Depois de um tempo me acalmei e enxugue minhas lágrimas mas não o olhava em seus olhos por algum motivo. - Você se acalmou?(diz com sua voz gentil) - Sim... me desculpe acabei colocando você nessa situação... me desculpe... - Não, tudo bem... eu meio que fico feliz por você ter se aberto comigo... me sinto um pouquinho mais próximo. ( sorriso ) - Você sabe o que dizer né?( riso fraco) Ele me fez sorri ... me acalmou e me deu seus braços para me consolar... ele parece um anjo enviado do céu para um momento como esse. Caminhamos até a estação, eu o agradeci, o abracei outra vez e entrei no trem. Infelizmente íamos para direções diferentes... uma parte de mim queria ficar com ele e conversar um pouco mais... Não queria ir embora... aaah! Nem disse que eu iria começar o meu estágio amanhã! Juliana sua burra! Depois dessa situação toda juliana e Henrique foram para suas casas, Juliana iria começar uma nova jornada na sua vida, começaria um estágio que pode mudar a vida de sua mãe e a dela! Chegou em casa tomou seu banho quente, fez um jantar para comemorar sua conquista. Fez macarronada com carne moída, comprou um dolly guaraná e colocou em sua pequena mesa de jantar. Estava esperando sua mãe... mas deu 20hrs e nada... 21hrs e nada, sua comida estava fria. Ela desistiu de esperar e esquentou sua comida e comeu. Já era quase 23 hrs da noite e sua mãe ainda não havia chegado... Ela fez suas higienes e foi dormir. Pow pow pow!!!(barulhos na sua porta) - O quê?!... hum o que foi? Pow pow pow!!! - Aah deve ser a minha mãe... que horas são...? ... 4 hrs... hum? Não acredito... Juliana se levantou e abriu a porta de sua casa ... sim... era sua mãe sendo carregada por um homem e uma mulher. - Mãe?! Não acredito... de novo... - aaah... minha filha... filhinha... meu bebê... hum... hum...( desmaia) - Sua... sua... mãe ela... (risos) gosta mesmo de se divertir...( diz o homem) - Não mais que eu. ( risos) - Parem! Obrigada por trazerem minha mãe.Por favor nunca mais andem com ela !!!! - Tá, mas ela que vem até a gente ... criança!( diz a mulher ) - Adeus! Fecho a porta e deito minha mãe no sofá, já que não aguento levá-la para o seu quarto no segundo andar. Coloco uma coberta em cima dela e volto a dormir. Tiriririririri!!!!! Alarme! - Hum... o que... hum... Ah o alarme... tenho que levantar... - Mãe?! Aah é mesmo ela ta desmaida no sofá... já é 6:30hrs ... Juliana tomou um banho e fez suas higienes e tomou nescau antes de sair. Sua mãe continuava no sofá desmaida ainda. Ela antes de sair escreveu um bilhete e saiu. Ela está vestida com uma calça social preta e uma blusa social rosa e o salto preto de sua amiga Geovana. Aah tenho que correr já é 7:30hrs; o trem passa dez pras 8:00hrs . Bum bum bum!!!(buzina) - Hã? Nem estou no meio da rua... - Juliana?! - Hum... à Henrique? Você tem carro? - Sim, tenho(risos) Você ta indo pra onde? Eu posso te levar dependendo do lugar. - Ah é mesmo, esqueci de dizer ontem. Desculpa... eu passei na entrevista e pelo jeito você também (risos) - Você passou!? Parabéns!!! Hum... mas como você sabe que eu passei... eu recebi o telefonema ontem a noite... - Ah eu vou te cotar (risos) posso entrar? - Sim, claro. Desculpa (caí na gargalhada) Fomos falando outra vez sobre ontem, e contei que o nosso patrão tinha telefonado no meio da entrevista e disse que os 100 primeiros tinham passado, mas não disse o porque, ele me perguntou mas eu não podia dizer que era por causa do "G9"... na verdade nem sei o que é (risos). Juliana e Henrique foram para o seu primeiro dia de estágio e chegaram a tempo. Chegando lá o representante dos estagiários fez uma pequena palestra e uma pequena tour pela empresa, mostrou tudo, menos o que tinha depois daquela linha amarela e a cobertura . Depois da tour, levaram os estagiários para o almoço, mas ... - Agora vamos ter uma pausa pro almoço, por favor brancos pra cá e negros para esse lado!( diz o representante) Hã?! O que ta acontecendo? - Henrique?...(olho para ele..) - Juliana... o que será isso? Não entendi... - Por favor os com a pele escura por aqui! - Vamos seguir ele. Vamos Juliana! - Tá bom... mas... Seguimos o representante mas o que me chamou a atenção foi que os brancos foram para a sala atrás da linha amarela e o negros foram para uma sala ao lado... o que está acontecendo? Juliana e Henrique e os demais ficaram sem reação, quando entraram viram que era o refeitório da empresa, os estagiários e os empregados da empresa que eram negros estavam todos lá, na verdade tinha bastante. As moças da cozinha eram negras também. Estávamos eu e o Henrique na fila pra pegarmos nossa comida, e estávamos espantados por algo tão insensível em um século como esse. - Juliana, pegou sua comida? - Sim, até que a comida e bem recheada né? -Sim... vamos... Sentamos com alguns estagiários... e acabamos ouvindo eles falarem baixo. -Não acredito que estou fazendo estágio em uma empresa racista (diz sussurrando) - Eu também... e eu sempre joguei os games daqui... eu era fã... - Também... -Juliana? Você também acha que foi por isso que nos separaram? -Sim... será que o patrão que é racista? Por isso pede que nos separem assim? - Não sei mas vamos ficar quietos por enquanto. Não quero manchar meu currículo por algo que eu não tenho certeza... -Eu também acho... Comemos bem, a comida estava deliciosa. O represente nos reuniu no refeitório para nos dá um satisfação antes que criam boatos contra a empresa. - Pessoal! Vou dizer o motivo da separação... eu trabalho aqui mais de 15 anos, e não era assim antes mas depois que o filho do dono assumiu, essa regra então começou a existir aqui. Por favor não manchem a reputação da nossa empresa por algo assim... essa empresa ... ela dá alegria as criança e ativam sonhos... e eu faço o que for preciso... mas não espalhem boatos... o antigo dono... era um homem honesto e justo... bondoso e gentil... e perder essa empresa por causa de um regra assim... eu sinto muito por causa dessa desagradável experiência... mas por favor precisamos de pessoas como vocês! Nos ajudem a cria uma ótima experiência para as criança,adulto e outros! Ele praticamente nos implorou... Eu vi sua sinceridade. Podia aguentar isso... eu posso... e mais eu preciso desse emprego! Todos começaram a murmurar falando que era um um absurdo! Que era racismo! Que poderiam ganhar dinheiro com o processo por isso! Todos... mas eu... -Eu continuarei! ( digo levantando minha mão bem alto e caminhando para frente do representante) Todos me olhavam com um olhar indiferente... mas eu não liguei continuei andando para a direção do representante. -Eu também! Olho para trás ... era ele! - Henrique?!(digo baixinho) Continua...
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