Meu Professor!

Onde tudo começou..

Narradora:

Em 1996, Cassandra Álvares e Richard Garcês casaram-se. Aos 20 anos de idade Richard foi trabalhar na grande empresa de seu pai, ao qual era muito bem sucedido.Cassandra havia acabado de entrar para faculdade de medicina, no auge dos seus 18 anos. Mas realizar seu sonho de ter um lugar na área da saúde logo foi adiado por um imprevisto, depois de ter feito três testes de farmácia e dois hospitalares Cassandra chocada deu a notícia ao seu marido Richard de que estavam a espera de um bebê.

O que para a surpresa dele, por não ter sido planejado para o momento, o deixou muito feliz a ideia de que em breve haveria o fruto de seu amor com a esposa correndo pela casa. Cassandra estava chateada, mas não tinha outra opção a não ser aceitar os fatos. Por mais que isso custasse abrir mão do seu grande sonho profissional.

Os meses se passaram, Richard continuou trabalhando duro para dar o melhor ao seu bebê. Todos os dias trazia algum mimo para seu filho ou filha, vivia comprando comidas malucas durante a madrugada para a mulher que sempre tinha algum d****o estranho, fez um grande pequeno chá de fraldas para que a família de ambos e amigos pudessem presenciar os últimos momentos no qual o bebê ainda não teria saído para fora.

A escolha do casal foi que não soubessem o s**o do bebê até que ele ou ela nascesse, por mais que Cassandra desejasse um menino, Richard estava sempre imaginando o quanto iria mimar se fosse uma garotinha. E foi em uma das discussões sobre isso que tudo virou uma loucura..:

— Richard, se essa criança se tornar um ser humano tóxico a culpa vai ser toda sua - Cassandra disse emburrada com os braços cruzados enquanto Richard massageava os pés da mesma - menino ou menina, eu quero um filho exemplar, não uma criança daquelas que faz escândalo no mercado porque ouviu um não!

— Cass, para de exagerar. - revira os olhos - Mimar significa cuidar, óbvio que eu não vou deixar o meu bebê virar um monstro que não sabe se portar perante a sociedade.

— Sei.. - respira fundo - Sabe, hoje eu tava pensando.. se for um menino, poderia se chamar Kevin ou Joshua! - diz sorrindo olhando para o rapaz a sua frente.

— Não é nada mal.. - responde baixo pensando um pouco - mas se sair uma menina, vamos nomear de Amanda - olha para a esposa que revirou os olhos - Amanda Álvares Garcês! - concluí parando a massagem e se levanta para deitar ao lado de Cassandra que tinha voltado a expressão emburrada - Qual é? Não entendo o porque de ficar com essa cara sempre que suponho ser uma menina..

— Você não entenderia Garcês! - diz se apoiando no mesmo para se levantar - Talvez eu... Argh! - sua fala logo é cortada ao sentir uma dor terrível em sua barriga.

— Amor, você está bem? - Richard coloca a mão em uma de suas coxas percebendo sua calça toda encharcada - Cass, porque está molhada?

— Acho que o bebê quer sair..- olha para ele e logo nota o desespero do homem - estou com dores - diz calma tentando não assusta-lo mais.

Richard meio desnorteado correu para pegar as coisas enquanto Cassandra trocava de calça, ajudou ela a calçar os sapatos e se certificou que já havia pegado os necessários. Ajudou ela a descer as escadas da casa, pegou a chave do carro e foram para o hospital mais rápido possível. Principalmente quando as contrações fizeram Cassandra começar a berrar ao seu lado.

Richard dirigiu o mais rápido que pode até o hospital e deu graças a Deus quando atenderam Cassandra, ele já estava angustiado de ouvir ela gritar em seu ouvido. Assim que ele entrou na sala de parto não demorou muito até que se ouvisse um choro estridente, não era algo escandaloso, aos poucos foi se calando.

— Parabéns Sr. Richard e Sra. Cassandra, é uma menina - o obstetra diz entregando o bebê para Cassandra - esse é o bebê mais lindo que nasceu essa noite, e olha que vieram mais três grávidas em trabalho de parto a algumas horas atrás.

— Obrigado doutor - Richard sorri e se aproxima de Cassandra para ver o bebê - Amanda.. ela é linda! - diz olhando com os olhos marejados aquele pinguinho de gente..

10 anos Depois..

— Eu não acredito nisso Richard! - Cassandra grita -não acredito que está deixando sua família por causa de uma... Uma qualquer, essa v***a só quer o seu dinheiro! Você não vê?

— Cassandra, pare de gritar! - Richard diz calmo - Você sabe muito bem que não estou saindo desta casa por causa de outra mulher, e sim por causa de você. - ele se levanta do sofá indo em direção a porta - você deveria aceitar os fatos, eu não aguento mais fazer as suas vontades e no fim receber xingos como ingratidão.

— Você ao menos pensou na sua filha? - grita mais uma vez - como Amanda vai ficar com isso? Você sabe o quanto essa criança gosta de você.

— Amanda vai ficar bem, já conversei com ela e ela concorda comigo. Você deveria procurar um psicólogo! - pega as malas e sai da casa já fechando a porta

— Seu cretino! - joga um vaso de flores que se quebrou todo ao bater na porta - passei a adolescência toda me guardando para um canalha como você - joga um copo que teve o mesmo destino do vaso - perdi toda a minha juventude, deixei de ser alguém na vida pra cuidar da sua filha e agora você me larga aqui como se fôssemos um caso de dias - outro copo é lançado e Cassandra completamente acabada se ajoelha no chão sem forças para tal situação. - ainda me chamou de louca.. isso não vai ficar assim!

infelizmente o casal tomou caminhos opostos e uma Amanda cresceu com sua vida dividida. De um lado havia uma Mãe completamente exagerada, incomunicável, estericá e obsessiva. Do outro lado ela tinha um pai liberal, compreensivo, amoroso e extremamente cuidadoso. Hoje uma adolescente, que somente procura não ter uma vida lamentável. Mas, vamos ver..