Point of view
• Zyon Cooper •
— Não sei, acho que não tô no clima. - esfreguei a unha de meu dedão contra a pele de meu dedo indicador me sentindo um pouco ansioso.
— E desde quando tem que ter clima pra ir em festa? - sua pergunta retórica se juntou a um suspiro pesado. - Qual foi, é nossa última semana livres, era pra estarmos saindo todos os dias! Eu tô de ressaca da festa de ontem ainda e essa é uma sensação incrível de liberdade, misturada com enjôo, é claro. - meu amigo riu do outro lado da chamada.
Kai não perdia nenhuma oportunidade, pra qualquer lugar que ele fosse chamado, qualquer hora ou qualquer ocasião, principalmente nas férias a qual ele esteve em festas durante todas as três semanas. Kai tinha um jeito um pouco diferente de se divertir, na maioria das vezes em que estive com ele em uma balada era sempre muita loucura, ele não se importava com o que aconteceria no dia seguinte ou se aquilo tudo traria consequências em algum momento de sua vida, estava apenas vivendo um dia de cada vez.
Eu ainda estava remoendo sobre tudo que meu pai falou, odiava ouvir esporro pois significava que eu não estava indo bem o suficiente e saber disso era minha verdadeira ruína, talvez eu fosse perfeccionista ou coisa do tipo, não tinha espaço para erros.
— Não sei, acho que vou ficar em casa hoje. - relaxei meus ombros fechando os olhos, não sabia se seria uma boa idéia ir, eu odiava essa sensação.
— Vou estar te esperando daqui a uma hora e meia em frente a sua casa, é bom que esteja pronto, tchau. - cantarolou a última palavra e encerrou a ligação na minha cara.
Franzi as sobrancelhas indignado já pronto para ligar mais uma vez pra ele, porém seu nome brilhou na barra de notificações com uma mensagem dizendo: "Não aceito 'não' como resposta :)".
Revirei os olhos já sabendo como aquilo acabaria, da última vez que neguei a um chamado seu para festa ele não saiu da porta do meu quarto nem por um segundo, ficou lá batendo na madeira até que todos do corredor acordassem e começassem a me xingar com gritos.
Como eu disse, Kai era insano e eu não queria pagar pra ver qual seria a prenda da vez, principalmente por meu pai já estar de olho em mim e eu já sabia que teria de fugir pela janela. Meus pais nunca foram restritos comigo, sempre respeitaram meu espaço pessoal e nunca se importaram com que horas eu voltaria para a casa ou onde eu estava, desde que não afetasse o meu futuro, coisa que eles monitoravam bem de perto.
Me levantei e entrei no banheiro de meu quarto para tomar um banho, uma coisa que eu sentia muita falta era ter um banheiro só pra mim, aquele banheiro compartilhado da universidade era horrível, sim a limpeza era regular, porém era r**m ter que tomar banho com outros dez caras, não que eu fosse tímido, eu só gostava de ter meus momentos de privacidade.
Talvez fosse bom eu sair pra espairecer um pouco, talvez chamasse alguma garota para subir comigo para algum dos quartos da boate, eu não era nenhum ninfomaníaco mas t*****r sempre conseguia melhorar meu humor.
Me arrumei na frente do espelho observando cada movimento meu contra o reflexo, não me sentia nem um pouco feio, muito pelo contrário, adorava me arrumar na frente do espelho pra poder me admirar cada vez mais, gostava do corpo que eu tinha e gostava de saber que os outros também me encaravam com admiração, desejo, luxúria.
Observei com atenção a roupa que me cobria. A blusa branca de botões estava meio aberta deixando o começo de meu peitoral à mostra, a calça jeans levemente apertada que abraçava minhas coxas deixavam um pouco mais chamativas, o único problema era o tênis branco que não caiu muito bem, o calçado que eu queria estava em meu dormitório e eu com certeza não iria até lá só pra pegar um sapato.
Joguei meus cabelos já secos para trás fazendo -os caírem novamente por cima de minha testa, um sorriso singelo brotou em meu rosto, eu havia gostado do resultado mais do que pensei e até consegui me animar um pouquinho mais. Passei uma boa quantidade de perfume e olhei as horas já sabendo que Kai estava chegando.
Suspirei pela décima vez no dia e encarei as cortinas que balançavam, eu gostaria muito de ficar deitado em minha cama esperando o resto da semana passar para voltar com minha rotina diária, mas ao invés disso, eu estava saindo escondido de meus pais assim como um adolescente na puberdade, chegava a ser humilhante.
(...)
Okay, talvez não fosse tão r**m.
A boate havia passado por uma grande reforma então estava mais cheia do que nunca, era um lugar mais elegante, portanto, haviam muito mais pessoas mais velhas, eu e Kai provavelmente éramos os mais novos daquele lugar, isso fazia com que os olhares das pessoas caíssem sobre nós, principalmente das mulheres.
— Mais duas por favor! - Kai gritou para o homem do bar.
Ele já estava pra lá de bêbado mas não parecia querer parar ainda, seus olhos estavam vermelhos e ele cambaleava um pouco, nada fora do normal já que ele sempre ficava daquele jeito. Mesmo tendo muita resistência para bebida eu também já sentia que estava quase na hora de parar, quase, eu ainda não havia provado a tequila então ainda aguentaria mais um pouco.
— Cara você já tá m*l. - o ruivo riu abertamente e deu um tapinha em minhas costas.
— Como se você já não estivesse quase passando m*l. - dei uma risada sarcástica e observei com brilho nos olhos o barman trazer mais duas doses, dessa vez era uma bebida amarela claro.
— Pra tequila eu nunca estou passando m*l. - piscou um olho e segurou no copinho já pronto para virar.
— Não vou te carregar para a casa dessa vez. - peguei no pequeno copo e o levei a boca virando de uma só vez, o gosto amargo não passou despercebido e logo meu peito já pegava fogo com o líquido.
— UHUL! - Kai gritou animado e sumiu no meio da multidão.
Neguei com a cabeça enquanto ria e pedi uma cerveja pro barman, me sentei na banqueta de frente para o balcão e pisquei algumas vezes, já estava tonto o suficiente para perder um pouco do equilíbrio mas não bêbado o suficiente para me sentir enjoado, a meta ainda não havia sido alcançada e acho que estava de bem com esse fato, eu não precisava exatamente desmaiar pra me divertir.
— Cerveja? Você tem idade suficiente pra beber isso? - uma voz feminina interrompeu meus pensamentos desconexos.
Encarei de cima a baixo a mulher que se sentava ao meu lado em uma das banquetas recém desocupadas, ela era alta, tinha cabelos castanho escuro e olhos de gato, suas roupas eram elegantes demais para o local, não era muito diferente das outras mulheres porém sua autoconfiança que emanava de seu corpo dava um ar de superioridade quanto às outras.
Era mais velha.
— Já sou de maior, se é isso que quer saber. - a lancei um sorriso malicioso e dei um gole em minha bebida.
— E mesmo assim não parece alguém que viria a esse tipo de ambiente. - sorriu de lado com as sobrancelhas levemente erguidas.
A mulher parecia ter uns 30 anos, porém isso se dava apenas ao jeito de falar muito sofisticado, juntamente com as roupas elegantes demais, era óbvio que ela estava me dando mole mas ela nem mesmo me dava espaço para investir, sempre conseguia tomar controle da situação e confesso que me senti até um pouco intimidado.
— É nova aqui, certo? - perguntei descendo da banqueta e ficando parado em sua frente.
— Como sabe? - perguntou juntando as sobrancelhas e mordendo o lábio inferior.
Ela era incrivelmente atraente, seu olhar era hipnotizante e por um momento quase me perdi de meu objetivo, queria levá-la para um dos quartos daquela boate e ter uma boa noite de sexo, mas ela se parecia mais como uma colega que conversa com você durante horas, ela realmente gostava de falar e parecia não se importar se estava me irritando ou não.
— Só um palpite. - dei de ombros sorrindo, era nítido que ela era nova por ali só de olhar para suas roupas. - Dança comigo. - sugeri estendendo a mão em sua direção.
A mulher soltou uma risada baixa e passou a língua entre seus lábios, se virou de costas para o balcão para ficar de frente para mim e manteve contato em nosso olhar.
— Você nem sabe o meu nome. - ergueu uma sobrancelha.
Se levantou e segurou em minha mão com suas unhas grandes e perfeitamente pintadas, alguns homens ao nosso redor a encaravam com desejo quase babando, ela chamava bastante atenção e me senti até um pouco convencido.
— Precisa saber o nome pra dançar agora? - perguntei com um sorrisinho provocativo.
A mais velha riu e me acompanhou até a pista de dança, a música tinha uma batida envolvente e consideravelmente lenta, era perfeita para o momento e as luzes rosa que piscavam devagar contribuíram para criar um bom clima.
Todos a nossa volta dançavam em pares, parecia ser uma música feita especialmente para se esfregarem uns aos outros, mordi o lábio inferior quando a morena em minha frente iniciou a dança e não levou mais do que cinco minutos para ela empurrar seu corpo contra o meu, ela parecia bem a vontade com nossa proximidade então senti que já poderia segurar sua cintura.
Ela rebolava de acordo com as batidas da música e segurava com uma mão minha nuca, suas costas estavam coladas contra meu peito e isso me fez imaginar como ela ficaria naquela mesma posição, porém completamente pelada em cima de mim na cama, seus movimentos eram precisos então ela certamente era muito boa de cama.
Eu não me importava nem um pouco com a idade, não importava se ela era alguns anos mais velha do que eu, o que importava era o sexo que eu teria mais tarde; sem contar que ela era mais velha então teria muito mais experiência do que as garotas com quem eu estava acostumado a sair.
Apertei mais sua cintura a puxando contra mim e ela conseguiu me pegar de surpresa quando rebolou exatamente onde eu queria, sorri malicioso e a morena se virou ficando de frente para mim. Seu olhar seduzente ficou mais penetrante e seus lábios avermelhados me pareceram mais atraentes ainda, talvez fosse a bebida ou apenas seus encantos, parecia até magia.
Segurei em seu rosto tocando seu maxilar com cuidado, seus olhos brilharam por um momento e eu sorri já sabendo o que aquilo significava, mulheres eram sempre muito óbvias então eu sempre sabia o que elas queriam, podiam me chamar de galinha ou qualquer um desses nomes mas não podiam dizer que eu não tinha jeito com a coisa, mulheres eram minha especialidade.
Molhei meus lábios e avancei contra sua boca carnuda, seu batom era vermelho e tinha gosto de morango, já sabia que meu rosto ficaria todo manchado mas estava pouco me fodendo. Chupei sua língua e pude ouvir um gemido baixo escapar de seus lábios, sorri já sabendo qual seria o próximo passo.
Quebrei o beijo e ela me encarou esperando por mais, escorreguei minha mão direita para sua nuca e segurei em seu cabelo liso o puxando levemente para o lado, seu pescoço longo ficou á mostra e totalmente vulnerável para mim. Passei a ponta da língua por sua pele e deixei uma leve mordida, ela já estava completamente entregue, porém ainda queria ouvir ela me pedir, queria que ela dissesse o que queria que eu fizesse e eu a provocaria até ouví-la dizer.
Desci minha outra mão sentindo as curvas perfeitas que seu corpo fazia e toquei sua b***a farta logo dando um forte aperto, a morena arfou sobre meu toque e apoiou sua cabeça em meu ombro, parecia estar se segurando, não era isso que eu queria, gostava de ver elas se soltarem comigo e revelarem seus desejos.
— Sinto que eu não devia estar fazendo isso, v-você é mais novo. - sussurrou perto de meu ouvido, quase não dando para te ouvir perante à música alta.
— Shhh, não pense nisso agora. - mordi novamente um ponto já avermelhado de sua pele.
— Ahn. - gemeu mais uma vez, ela era bem sensível. - Me leva lá pra cima. -
Bingo. Sorri malicioso já começando a sentir meu m****o dar sinal de vida, a noite seria longa e eu já estava preparado pra isso.
— Vem. -