Fernanda Tava tomando meu café em silêncio quando o Humberto sentou na mesa. O som da cadeira arrastando no chão de porcelanato quebrou a quietude da sala de jantar. Ele se serviu de café, sem olhar pra mim. O único som era o clique-clique-clique furioso da colher batendo contra a porcelana da xícara preta enquanto ele mexia o açúcar. Com força. — Já resolvi tudo. — disse, enfim. A voz dele era baixa, como se estivesse ditando uma sentença. — Tudo certo pra ela ir pro Canadá. Visto, moradia, tudo. Só falta você convencer a sua filha. A colher dele parou. Levantei meu olhar devagar, por cima da borda da minha xícara. — Ela não vai aceitar. — falei, colocando a xícara no pires com um cuidado exagerado. — E, sinceramente, Humberto, eu não vou tentar. Ele bufou e soltou uma risada f

