Key Narrando Voltar pra casa e ver meu pai deitado na cama dele, mesmo ainda frágil da cirurgia, foi tipo um alívio gigante no peito. Eu tinha visto ele sair carregado, indo pro hospital com risco de vida, e agora tava ali, vivo, respirando, olhando pra mim com aquele olhar firme que nunca perde a força. Ele passou pela faca pra tirar aquele maldito aneurisma, e por mais que os médicos falassem que a recuperação ia ser longa, só de ver ele dentro de casa já me deu uma coragem absurda. Naquela noite ele me chamou no quarto. Eu sentei na beira da cama e ele falou com a voz fraca, mas firme, que eu tinha que assumir. — Filha, eu quero que você tome a frente de tudo. Você sabe como as coisas funcionam. Não quero ver bagunça. — Pode deixar comigo, pai. — respondi sem nem pensar duas vezes.

