Serpente Narrando Fiquei ali deitado do lado dela, sentindo o corpo dela encostado no meu, e era föda como cada movimento pequeno dela fazia meu peito apertar de um jeito bom. Senti a mão dela brincar com meus dedos, e aquilo me fez rir baixo, porque nem precisava de palavras, o toque dizia tudo. Ela se ajeitou na minha barriga, deitou a cabeça no meu peito e suspirou, e eu senti o coração dela batendo igual ao meu. Carälho, nunca pensei que um silêncio pudesse ser tão cheio de significado. Era como se a gente tivesse um universo inteiro só pra gente, e tudo lá fora tivesse sumido. Peguei a mão dela e fui apertando devagar, sentindo a pele quente, macia. Ela riu baixinho e virou o rosto pra me olhar, e eu me perdi naquele sorriso, naquele brilho nos olhos que sempre me deixa sem chão.

