Key Narrando Quando a porta do quarto se abriu e empurraram a maca pra dentro, eu senti minhas pernas tremerem. Meu coração quase saiu pela boca. Era ele, meu pai, ali, tão diferente do homem forte que todo mundo respeita no morro. O oxigênio no nariz, os monitores apitando, o rosto pálido, frágil. Por um segundo, eu pensei que meu mundo ia desabar, mas respirei fundo e segurei na mão da minha mãe. Ela chorava baixinho, mas não soltava os olhos dele. Os enfermeiros foram ajeitando tudo em volta, conectando fios, regulando aparelhos, como se fosse só mais um procedimento. Mas pra mim, era a vida do meu pai ali, entrelaçada em cada bip daquela máquina. Assim que se retiraram, ficou só a gente no quarto. O silêncio era pesado, interrompido apenas pelo som do monitor cardíaco. Me aproximei

