Serpente Narrando Acordei doido com o gelo que a Key tava me dando, desde aquele dia que ela viu a Kaliane no meu colo tudo ficou frio igual coração de mãe no paredão. Não aguentava mais, mano. Tava que nem bicho engaiolado: não comia, não dormia, só pensando em dar um gás nessa situação. Quando os moleque me passaram o rádio dizendo que a Kaliane tinha chegado e tava na salinha, eu já sabia que era a deixa. Eu tava do outro lado, numa boca resolvendo um B.O., quando subi na moto e fui no doze com o vento cortando na cara, sentimento queimando igual brasa. Cheguei junto na salinha e já botei o ouvido na porta. O escândalo começou antes de eu abrir: a voz da mina tremendo, chorando, implorando. Aquilo me deu uma raiva que nem guaraná com alho. Entrei sem cerimônia e vi a cena, Kaliane ch

