Capítulo 6

1409 Words
RIN Ela entrou no escritório de Wil na manhã seguinte, às 9 horas, e ficou olhando para ele. Ele sorriu para ela como se nada no mundo estivesse errado. — Bom dia, Marrin. — É mesmo? — Ela retrucou de forma direta ao homem que tentara enganá-la para assinar algo a respeito da sua vida — Fiz alterações nos papéis do divórcio. Calvin vai ter que aceitar ou podemos ir ao tribunal e tornar isso uma bagunça — Ela afirmou enquanto se inclinava e colocava os papéis na mesa. — O quê? — Wil franziu a testa — Esse divórcio está em ordem, você recebe tudo o que teve nos últimos três anos. — É mesmo? — Ela disse, e virou a página para onde estava escrito que tudo seria dado a ela no dia seguinte à finalização oficial do divórcio. Que seria o dia depois de ela partir para a Itália — Não acho que vou receber nada com essa declaração. — Claro que vai. É um documento legal e vinculativo. — Ah, é? E quando exatamente eu vou morar na casa, já que Calvin decidiu me mandar para o exterior para nunca mais voltar? — Do que você está falando, Marrin? Não entendo — Ele bufou. — Não entende, é? Não sou uma loira burra que não consegue ver que as férias que ele me deu são só de ida. Não há passagem de volta, apenas um mês na Itália sem retorno aos Estados Unidos. Ele está me mandando embora para sempre. Então, aquela casa, quando eu vou morar nela se não devo voltar? Acho que ele nunca pensou que eu realmente olharia o plano da viagem. — Marrin, não é isso que está acontecendo aqui. — Acredito que é. Então, já que ele quer que eu suma, eu vou, mas tenho três condições para ele se livrar de mim. Se devo desaparecer da minha vida e dos meus amigos, como ele claramente decidiu que é do seu melhor interesse, suponho — Ela virou para a página de alterações que criara. — Primeiro, quero o valor daquela casa em dinheiro, ele pode ficar com a casa. Fazer o que quiser com ela — Ela disse de forma seca — É só uma casa para ele e, para mim, não é um lar. Seu único valor é o dinheiro para ele. Então, dinheiro em vez da casa, e quero que a data do acordo seja uma semana antes de eu partir, para garantir que ele não me deixe simplesmente sem um tostão, em um país desconhecido e incapaz de me sustentar. Ela viu Wil franzir a testa. Sim, ela sabia jogar duro. — Segundo, eu quero que Calvin me busque e me leve ao aeroporto ele mesmo, não algum motorista, mas ele, pessoalmente, me leva até lá. Quero que ele saia do carro, pegue minha bagagem e a coloque ao meu lado na calçada. Se ele quer me mandar embora, então que faça isso ele mesmo, em pessoa — Ela apontou para a cláusula — Acho que mereço isso, não acha? — Terceiro, quero que ele me dê um beijo de despedida no aeroporto, apenas um beijo — Ela murmurou, se odiando por querer isso dele, mas aquele homem tivera a audácia de tentar mandá-la embora sem nem mesmo dizer que era para sempre. Que ele não a queria de volta, ela entendera com a passagem só de ida. Então, ela o atingiria da mesma forma e o faria fazer algo que ele não queria. Wil a encarava agora. Ela sabia que fora ele quem escrevera o contrato de casamento deles e que a cláusula de não beijar estava lá. — Ele não vai fazer isso, Marrin — Wil balançou a cabeça. — Vai sim, ele é um bilionário, e eu, uma órfã solitária da qual ele se aproveitou. É assim que será no tribunal — Ela respondeu de forma ríspida. Wil agora a encarava com raiva. — Você é tão c***l, Marrin? Que arrastaria ele pela lama por causa de um único beijo? — Sim, aparentemente sou mesquinha, e estou com raiva porque ele acha que pode se livrar da minha vida e dos meus amigos, me mandar para um lugar onde não falo a língua e me abandonar lá, em um país desconhecido. Acho que alguma compensação é justa para que isso aconteça. Wil agora parecia mais do que irritado com ela. — Não me importo com a sua expressão, William, é só um beijo, e estarei fora da vida dele e nunca mais vou voltar. Ele será visto como o marido dedicado enviando sua esposa para uma viagem, só isso. Se alguém vir, não prejudicará sua reputação, provavelmente só o fará parecer mais amoroso e atencioso. Ele que engula — Ela disparou — Apenas um beijo antes de me divorciar dele. Não acho que seja tão difícil. Ele pode aceitar ou deixar. Assinarei isso agora mesmo na sua frente se ele concordar. — Agora mesmo? — Ele perguntou. — Sim — Ela afirmou — Vou embora como ele quer, ele nunca mais terá que me ver. A última vez que ele terá que me olhar será quando eu entrar naquele aeroporto. Vou esperar, você liga para ele — Ela disse, e foi se sentar no sofá do escritório dele. Ela esperaria, era um blefe danado, e ela sabia bem disso. Ela nunca o arrastaria ao tribunal, mas o faria pensar que sim, e conseguiria apenas um beijo do homem que amava antes de partir e nunca mais vê-lo. — Nunca vi esse seu lado antes — Wil murmurou. — Poucos veem — Ela respondeu — Mas todos se esquecem que sempre estive sozinha, posso lidar com qualquer coisa jogada sobre mim, inclusive ser expulsa do país. Mas irei nos meus próprios termos, não nos dele. Ela o ouviu suspirar de forma pesada e o observou fazer a ligação para Calvin, dizendo não apenas que ela estava no escritório, mas que fizera alterações nos papéis do divórcio. Ele as leu em voz alta e olhou diretamente para ela depois. Ela sabia que Calvin estava no andar de cima, no escritório dele, no 15º andar. Ela não achava que ele desceria ali para gritar com ela, e também não achava que suas exigências fossem tão irracionais. A única coisa que ela realmente mudara fora a casa por dinheiro, e ele tinha bilhões, portanto, o valor daquela casa provavelmente era uma ninharia para ele, troco de bolso, ou algo que ele recuperaria em um dia com juros. Houve um silêncio por três minutos inteiros, e então Wil desconectou a ligação e olhou de forma direta para ela. — Ele concorda, vai assinar isso hoje mesmo, depois de você, e eu enviarei sua cópia por correio. — Certo — Ela assentiu e se levantou, caminhou até ele, pegou a caneta que ele lhe oferecia e assinou seu nome como Marrin Reeves pela última vez. Ela tirou sua carta de demissão da bolsa e a entregou a ele — Você pode lidar com isso — Ela afirmou — Minha parte está feita — Então, ela se virou e saiu do escritório. — O que é isso? — Ele chamou atrás dela. — Minha demissão — Ela respondeu por cima do ombro. Ela voltou para casa e olhou para as suas finanças. Ganhara dinheiro suficiente como Marilyn Riddley para dar entrada em uma casa própria, e começaria a procurar por isso hoje. E, quando o acordo de divórcio chegasse, ela pagaria tudo de uma vez e finalmente teria algo seu; que ninguém poderia tirar dela. A única questão era para onde ela queria ir e que cenário queria ao seu redor para ajudar com a sua criatividade. Tudo o que sabia era que não teria uma casa perto do oceano, então supôs que esse pensamento a ajudava com sua decisão: nenhum estado que fizesse fronteira com o oceano. Se não o oceano, então teria que ser uma floresta ou montanha, talvez perto de um rio. Ela se perguntou se poderia ter todas essas coisas em um novo lugar para morar. Ela encontraria algum lugar tranquilo e afastado, um lugar onde ninguém conhecesse Calvin Reeves ou soubesse como era a ex-esposa dele; ela só precisava de uma pequena cabana, na verdade, um lugar onde pudesse ficar sozinha com seus pensamentos. Ela sempre estivera sozinha, então viver sozinha no meio do nada provavelmente lhe cairia muito bem. Mas onde seria esse lugar tranquilo?
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