CURANDEIRA BELFÁCIA

1463 Words
A outra marca no segundo pé lhe causou espanto e não sabia o que estava acontecendo com ele, mas não mostrou a sua esposa com a intenção de não lhe preocupar. Ele sentia que não estava bem estava literalmente doente, mas o silêncio para ele era uma solução. Olhou novamente para o seu tornozelo que era concretamente a parte que tinha a marca de uma mão que ardia e lhe queimou quando de imediato sentiu o toque daquela menina no seu sonho. Dia seguinte seria o dia da viagem até a fazenda, então assim ele já estava preparado psicologicamente, ainda mais por saber que iriam juntos, coisa que quase não aconteceu por conta da feia discussão que tiveram. Foram firmes o suficientes para para não serem prejudicados por uma coisa que só dava para ser chamada de banal. A esposa entrou na sala de estar onde o homem estava dialogando com o seu interior e olhando para o seu tornozelo queimado. — O que está olhando com tanta concentração? — curiosa a esposa perguntou. — Não é nada não. — disse Slayer de imediato escondendo a marca com as suas calças Jeans, num movimento rápido e preciso. Matilde havia percebido havia muito tempo, com a sua habilidade de mulher. Era tarde demais, então ela olhou para ele com cara de quem diz; "acha que tenho cara de babaca né?" Joaquim ficou em silêncio e por si só confessou: — Só estava vendo a marca de onde queimei. — Como assim queimou? — ela pergunta admirada. — Não sei como, mas estou queimado. Acordei assim e isso me preocupa. — A mim ainda mais, como assim você queimou sem nenhuma explicação, hein? — Não sei, meu amor. Também estou tentando entender, no entanto nada consigo concluir. É muito estranho o que houve com o meu tornozelo. — Quando é que se apercebeu sobre isso? — Hoje mesmo, logo que acordei. Na verdade, primeiro tive o um sonho bem estranho que no mesmo alguém me queimava o tornozelo quando acordei percebi esta marca aqui — o homem disse mostrando a marca para a sua mulher que olhou com atenção e ficou espantada com a situação. — Muito estranho, meu amor. Isso precisa de uma consulta para a gente ter a máxima certeza do que aconteceu. — Como é que vamos fazer isso, se nem temos nenhuma câmera pela casa que tenha registado alguma coisa que servirá como base para a nossa consulta. — Há uma outra alternativa. Conheço uma senhora chamada Belfácia, a esposa do senhor Zunguza dono daquela sala de jogos perto do Moza Banco. Ela pode nos ajudar. Os dois foram até a casa da curandeira que não era tão conhecida, mas Matilde já ouvira alguns casos que de pessoas que ficaram curadas de enfermidades que não imaginavam que conseguiriam curar e também dizia as causas das mesmas enfermidades. Quando chegaram em casa da mulher, ela estava ocupada atendendo uma outra pessoa que estava pior que Slayer, pelo menos fisicamente, pois psicologicamente quem estava muito m*l era o ex médico. Eles haviam combinado vestir roupa branca e sentaram no banco de esperando improvisado com material local. Parecia até madeira, no entanto não era madeira, apenas haviam pintado e com o tempo foi ficando como madeira. Slayer fora convecido pela esposa para juntamente com ela ir até alí, no entanto ele não tinha nenhuma fé que aquilo desse certo. — Será que vamos demorar? — Slayer colocou uma trivial questão só para matar o silêncio em que os dois estavam aguardando pela médica tradicional lhes atender. — Creio que não. Mas também mesmo demorando a gente vai pacientar, não é? — respondeu Matilde e colocou uma outra questão para o seu parceiro. — Vamos aguardar. — num tédio ele respondeu só para não deixar a pergunta sem nenhuma resposta. As árvores eram a coisa que estava em abundância no quintal e ainda perto do banco havia pele de animal que tinha sido deixado para secar. Na entrada da casinha com o teto que mais parecia um cone tinha uma pele também que servia como tapete para limpar os pés. Para entrar no interior daquela casinha era necessário tirar os sapatos ou chinelos e entrar descalço, essa era uma das regras rígidas dalí. Outros davam aquela casinha o nome de palhota onde indivíduos iam para consultar aos demônios coisas da vida e faziam outros atos que iam além da razão, coisas repugnantes como fazer algum tipo de pacto para conseguir alcançar um certo objetivo e um dos mais pedidos era alcançar a riqueza. Aguardavam e aguardavam os dois e o processo lá no interior levava muito tempo, Slayer já estava impaciente pesando em voltar para casa e fazer algo diferente. — Porquê não voltamos para casa e isso fica para próxima? — ele disse e no momento que proferiu as palavras sentiu uma voz rápida dizendo algo que ele não conseguiu perceber. — Vamos, aguente mais um pouco amor. — ela disse e estava decidida que sairia dalí com uma resposta exata. Quando Slayer virou-se viu um rosto de uma criança que primeiro pareceu de um bode, mas depois viu que era uma criança normal. Era uma menina olhando para ele de uma forma peculiar, apareceram outras crianças brincando e olhando para ele de uma forma bizarra, no entanto ele ignorou e voltou a sua face para a sua esposa. — Não podemos voltar sem nenhuma resposta. Isto é África e nós sabemos como as coisas são. Pode se tratar de um feitiço lançado contra ti e nós temos que desfazê-lo. — E quem faria isso contra mim? Com que razão? Se estou falido sem o meu primeiro emprego e a nossa oficina não nos dá o suficiente para sobrevivermos. — ele disse depois pausou para respirar, como se as palavras tivessem um grande peso para da boca saírem — E tu tiveste que trancar a faculdade. — Eu percebo tudo que está dizendo, mas você não acha estranho esse pesadelo que é acompanhado de uma queimadura no tornozelo? Isso não é nada normal. Slayer mesmo que tenha aceite o mundo da religião ainda uma parte dele continuava cético, no entanto ele não queria deixar claro, porém era isso que estava havendo com ele. Finalmente a mulher que estava sendo atendida saiu da palhota e o cheiro de bodre lhe acompanhava com o seu corpo cheio de várias feridas e cicatrizes como se estivesse apodrecendo em vida. O casal, com pena, olhou para ela que fraca lhes cumprimentou com toda humildade. Em seguida saiu a curandeira Belfácia para nos atender, indo a nossa direção. — Sejam bem vindos e aqui estou eu para lhe ajudar a sair do problema em que estão. E é um problema que envolve a família do seu marido. A vossa preocupação tem a ver com o pé que foi quimado com um demônio. O casal se entreolhou a verem que a Befácia estava adivinhando exatamente o motivo que alí lhes trouxera. — Muito obrigada, senhora Belfácia. Exatamente isso que nos traz aqui. Estou muito preocupada com o meu marido que acordou me contando este fato que não é nada normal. Atenciosamente escutava a Belfácia que tinha uma idade bem avançada, mas ainda tinha forças para se locomover e fazer coisa básicas que exigem um esforço físico. — Está bem. Esperem um pouco aqui que volto para a gente entrar na palhota e resolver o vosso caso em questões de segundos. Lentamente ele foi em direção de uma casa normal feita de caniço e barro para assegurar a estrutura da mesma. Slayer olhou para sua parceira e disse: — Como assim o meu problema tem a ver com a minha família. Vês, é disso que eu não gosto. Agora está falando da minha família depois vai dizer que quem fez isso comigo foi o meu amigo, ou se estivesse sozinho, diria que foste tu que fez o tal feitiço. Tudo isso não tem nada a ver. Tem que ter uma explicação científica, o que podemos fazer agora é ir para um hospital e teremos todas as respostas e terei o meu tratamento. — ele começou calmo, mas depois mudou um pouco o seu tom de voz. — Amor, calma. Isto vai funcionar. — ela disse olhando bem nos olhos do outro como uma forma de lhe convencer, mas Slayer evitava o olhar dela. — Agora já decidi, a gente vai para casa agora. — Como assim? — espantada ela perguntou, pois esperava que podesse lhe convencer, no entanto não havia conseguido desta vez. — Vamos para casa já. — Slayer disse levantando o lhe estendendo a mão para os dois fazerem o mesmo. Ela continuou sentada, então Slayer não exitou e antes de ir-se embora disse: — Fique, eu estou indo.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD