MAIS LÁGRIMAS NO MESMO MÊS

1249 Words
Joaquim depois de ter decidido ir com a sua esposa para visitar a senhora Euzinha, caminhava tranquilamente em direção da casa da sua mãe quando de repente sentiu um calafrio lhe assolar de uma forma bem estranha, ele não sabia o que lhe causava aquela sensação, no entanto não desistia de caminhar e nem contava a sua esposa que se sentia normal, bem não exatamente, pois estava se recuperando da perda recente do seu pai. Os problemas entre o casal haviam sido engolidas pela infelicidade de uma alma que soube o que era sofrer de verdade antes que do folego abandonar o seu corpo. – O que foi amor, estas muito estranho? – disse Matilde para o outro que mesmo tentando disfarçar foi descoberto. – Nada, amor. – ele disse e tentou deixar um sorriso no rosto, mas só conseguiu deixar uma linha de um sorriso forcado que chegava a fazer as suas bochechas doerem. Mesmo tentando, aquilo não funcionaria para uma parceira como a Matilde que o conhecia muito bem. Os dois, apesar de muitas brigas geradas de diversos problemas, tinham uma grande conexão que mostrava que na verdade era um grande casal em baixo de muitos conflitos por gerir. – Amor, e melhor me contar, porque eu sei que não esta nada bem aqui. Sempre quando Slayer voltava da oficina sentia o seu peito apertar e se perguntava qual era o motivo, mas a questão se transformava numa retórica. Não se sabia até aquele momento o que acontecera com a senhora Euzinha. Então ela foi levada as pressas até ao hospital onde ficou dois dia internada. Slayer e Matilde sempre iam lhe visitar e nos dias que lá iam para ver o progresso do estado dela ela ainda estava melhorando muito bem de uma forma progressiva. Mas os médicos alertavam para ter cuidado, pois seria possível ela de repente ficar pior e até falecer, no entanto o casal tinha muita fé que desse certo e tudo ficasse tudo bem com ela que nos últimos dias falava sobre a fazenda para o filho, no entanto ele não prestava atenção para isso, pois não era importante mais que a vida dela, sua mãe que com muito esforço lhe criou. A falta de disposição do Slayer, na verdade se dava por conta da saúde da sua mãe que não era nem tão pouco das melhoras. O que piorou tudo foi quando receberam a informação que deviam estar preparados para tudo. Não conseguia detectar o que ela tinha, no entanto ela estava doente. Não tossia não sentia nada de estanho, apenas dormia excessivamente. Certo dia Joaquim Slayer foi conversar com o médico da mãe para saber de fato, o que estava havendo com a sua mãe. Ao entrar no hospital sentiu um cheiro estranho que lhe acompanhou por muito tempo. Era um cheiro bem forte, cheiro da morte que lhe incomodava. Era algo bem estranho como se ele já tivesse visto aquilo antes. Sentia que a sua mãe estava prestes a morrer, mas não sabia como aquilo era possível, parecia um enigma para ele que sempre achava que fosse confidência. Foi recebido no hospital, pelo doutor Lucas Lhamine que era muito calmo e atencioso. O médico acompanhava o progresso da senhora Euzinha de perto e estava preocupado com o que estava acontecendo com a sua paciente e ficou na obrigação de informar ao Slayer a anormalidade que estava havendo. – Boa tarde, senhor Slayer. O senhor é filho da dona Velita? – O médico perguntou, assim confirmando se de fato estava falando com a pessoa certa. – Sou eu sim e recebi uma chamada ontem e não vou mentir, fiquei preocupado e é por isso que estou aqui toda essa manhã. Vim o mais cedo que eu consegui, nem consegui esperar a minha esposa para comigo vir. – Está certo. Fez muito bem que chegou cedo. Tenho uma informação… – Pode falar doutor. Não tão boa? – Exatamente. Fizemos todos exames no corpo inteiro da senhora Velita, porém não vimos nada de anormal e com isso só podemos dar alta a ela e vocês vai acompanhando o progresso dela em casa e vão nos dando o relatório de tudo para que a gente registre tudo até ela ficar bem. Mas a nossa preocupação é não saber explicar porquê que ela está assim e que pode vir a ter complicações. O que o médico estava dizendo para Slayer não fazia nenhum sentido. Slayer tentou prestar mais atenção para poder entender, no entanto, não conseguiu perceber. – Desculpa não estou entendendo nada senhor. – Sinto muito, mas a paciente vai ter que desocupar a nossa cama. Passou um dia e Slayer foi com a sua esposa para fazer o que o médico disse e então senhora Euzinha recebeu alta e foi ficar em casa. Nos primeiros dias falava, no entanto depois de repente perdeu a fala e os movimentos assim ficando totalmente dependente. Slayer continuava com aquele sentimento estranho que fazia com que ele sentisse um aperto no coração. Matilde ainda tinha esperança que a situação melhorasse, no entanto nada de melhoria viam. Certo dia antes de acontecer o que Slayer esperava e o que a Matilde não esperava, senhora Euzinha repentinamente teve a sua voz de volta e assim com pausas como de alguem débil e cansada, falou: – Eu te amo meu filho e amo-te minha nora. Aquele espaço é para ti e gerações vindoras que farei do mesmo um sucesso, com uma grande criatividade. Eu recebi e você está recebendo e seu filho vai receber, depois seu neto, assim sucessivamente. Eu vou encontrar a minha cara metade, vou encontrar o meu Afuzal e vou pedir uma coisa. Cuide da minha nora da forma como eu cuidei de ti e minha nora cuide dele como desejava ser cuidada por ele. Dizem que não hospital não conseguem ver qual é o meu problema, mas eu sei qual é o meu problema, é o meu coração que não aceita a partida do meu primeiro e grande e amor. O que me mata é a amargura, eu sei disso. Na meu funeral, não chorem, mas realizem o meu desejo de tocar a minha música de vitória e glória. Quando falava estava o casal e sem palavras escutavam a sua fala que era bem estranha. Ninguém sabia explicar, mas ela estava falando novamente, porém pela última vez antes de perder a vida. Mais uma vez Matilde tive esperança que algo mudasse. Dormiram todos naquela noite, por um milagre Slayer não teve nenhum pesadelo no mundo dos sonhos, no entanto teve um na vida real quando encontrou a sua mãe gelada, estava morta. Quando Matilde chegou não se conteve entrando num chorro continuo que durou um bom tempo, que fez com que até a cabeça dela martelasse por conta da dor. Slayer ainda não havia caído a ficha e quando isso aconteceu ele também derramou lágrimas, porém em silêncio. A morte dele foi como se tivesse decidido ir até a cama e dormir. Estava numa posição confortável, mas não estava a dormir, mas já estava noutra dimensão e o que restava era apenas a casa da alma. A tristeza havia assolado a família Slayer que no mesmo mês perdera dois entes queridos. Há alguns que pensavam em se tratar de algo bem estranho, no entanto para Slayer não tinha nada a ver. A informação sobre o ocorrido não tardou a percorrer todos os caminhos de Moamba e todos souberam. Dia seguinte seria o dia do funeral.
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