Imperatriz Narrando Ele estava estranho. Estranho demais. Seus gestos eram firmes, como sempre, mas havia algo diferente no olhar. Um peso que ele tentava esconder, mas que eu, que conhecia cada detalhe dele, enxergava com clareza. Talvez fosse o silêncio, talvez fosse a forma como evitava meus olhos. Eu quis ignorar, quis me convencer de que, se não questionasse, talvez aquele instante não se tornasse real. Mas meu coração fechou. Foi como se algo dentro de mim simplesmente parasse de funcionar. Eu não consegui falar. As palavras ficaram presas, sufocadas pela angústia que subia como uma maré incontrolável. Tudo o que consegui fazer foi chorar. Chorei tanto que parecia que minha alma estava se desfazendo. Era um choro profundo, pesado, quase violento. Cada lágrima que caía parecia car

