✍️ Narrado por Lívia O quarto do hotel respirava silêncio. A luz fraca da luminária m*l clareava a parede descascada, e o barulho do trânsito distante parecia só um zumbido abafado. Simone tinha apagado rápido exausta, com o corpo encolhido de lado, ainda com as lágrimas secas no rosto. A respiração dela era curta, quase infantil, como quem finalmente achou abrigo. Eu, ao contrário, não consegui fechar os olhos. A adrenalina ainda corria nas veias. Sentei na beira da cama, a mala encostada no pé, e deixei a mão deslizar devagar pela barriga. Meu pequeno mundo escondido ali. Meu Miguel. — “Tá ouvindo, filho? É só eu e você agora…” — sussurrei, a voz embargada. De repente, senti o chute. Um soquinho leve, insistente, que parecia resposta. Sorri sozinha, com os olhos marejados. Passei a m

