📓 NARRADO POR LÍVIA
A fumaça do café começou a subir pela cozinha, mas o cheiro forte não abafava o peso das palavras de dona Inês que ainda giravam na minha cabeça. Sentei de novo, a mão na barriga, e soltei num fôlego só:
— “A senhora acha… que eu deveria marcar mais em cima dele? Ir até onde ele fica? Não sei…” — minha voz saiu baixa, quase uma confissão. — “Eu sou nova nisso. Nunca pensei em ser mulher de homem de morro. Sempre ouvi história, vi notícia… mas viver dentro é outra coisa.”
Dona Inês largou a colher de p*u no prato com um estalo e se virou pra mim. O olhar dela era de quem já tinha visto o mundo inteiro cair e levantar de novo.
— “Escuta aqui, menina. Mulher de dono não nasce pronta, se faz no caminho. O morro engole fácil quem abaixa a cabeça. Se tu não marcar presenç
