📓 NARRADO POR PARDAL
O caminho até a nova casa dela foi silêncio. Só o barulho da minha respiração pesada e o arrastar dos pés dela pelo beco. Cada passo era uma fisgada no ferimento, mas eu já tinha acostumado a viver com dor a diferença é que agora a dor vinha acompanhada do perfume da loira andando do meu lado. Isso, sim, tava me deixando no limite.
A porta da casa rangeu baixo quando abri. E quando Simone entrou, os olhos dela se arregalaram.
Não era barraco caindo aos pedaços, nem buraco de favela disfarçado de lar. Era casa de verdade. As paredes recém-pintadas, o piso de cerâmica brilhando, cortina nova cobrindo a janela. O sofá de couro parecia nunca ter visto pó de rua, e a mesa de centro ainda cheirava a madeira encerada. Até o cheiro era diferente: perfume cítrico misturado c
