capítulo 120

998 Words

📓 NARRADO POR REY O café ainda queimava na boca quando eu saí de casa. Cada passo até o QG era como soco no asfalto. O morro acordava devagar, mas meu sangue já tava em ebulição. A raiva não dormia, só cochilava de olho aberto. Quando empurrei a porta do QG, o cheiro me acertou igual murro: maconha, pedra queimando no canto, suor e gargalhada misturada. Os moleques espalhados, tragando como se a laje fosse sala de recreio. Fumaça densa, música chiando num rádio velho. Um deles até riu alto quando me viu, como se eu fosse visita. Parei no batente, o olhar varrendo cada um. — “c*****o…” — rosnei baixo, mas pesado. — “Virou biqueira de vagabundo isso aqui? É isso? Tão achando que QG é barraco de fumar pedra?” A fumaça pareceu travar no ar. Um dos moleques quase engasgou, apagando o basea

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD