📓 NARRADO POR SIMONE Eu sou Simone. E se tem uma coisa que aprendi nesses anos é que família não é quem divide sangue, é quem divide teto, dor e recomeço. Quando a Lívia apareceu na minha porta naquela madrugada, trêmula, com a faca ainda suja na mão, eu sabia que minha vida ia mudar. Ela não precisou explicar nada. O olhar dela já dizia: “ou você me acolhe, ou eu morro.” E eu acolhi. A Lívia tinha 16 anos, mas os olhos dela já carregavam mais cansaço do que muita mulher de 40. Eu nunca vou esquecer: quando caiu no meu colo, soluçando, o corpo inteiro dela era só ferida e medo. Ali eu fiz um juramento silencioso — ninguém mais ia encostar nela sem que passasse por cima de mim. Com o tempo, ela foi me contando pedaço por pedaço do inferno que viveu. O padrasto nojento, o assédio dentr

