✍️ Narrado por Pardal E aí, cria… ainda nem me apresentei direito, né? Meu nome de batismo é Marquinhos, mas ninguém me chama assim. Aqui no morro sou o Pardal. Não sei se é porque falo demais, porque não paro quieto, ou porque vivo dando voada sem olhar onde vou cair. Só sei que pegou, e já era. Agora, vou falar a real pra tu: que dor do inferno é essa, mano? Parece que enfiaram ferro quente na minha barriga e depois resolveram brincar de tampar com esparadrapo de farmácia. Misericórdia! Abri o olho devagar, e o teto branco do postinho quase me cegou. Luz filha da p**a, parecia refletor de baile, só que sem música. Tudo cheirando a álcool, a remédio, aquele frio de hospital que arrepia até a espinha. Eu quis rir, mas até rir doía. — “c*****o, tô vivo?” — murmurei, e até minha voz saiu

