✍️ Narrado por Lívia Desde a última vez que aquele teste de farmácia deu positivo, minha vida virou de cabeça pra baixo. Fui no posto, depois num laboratório, e não teve volta: grávida. Hoje estou com um mês. Um mês carregando dentro de mim a lembrança de uma noite que começou mascarada e terminou na cama de motel, com um homem que só me deixou um nome: Rey. Mas como é que se acha um “Rey” nessa cidade? Nome comum demais, rosto perdido no escuro, sem telefone, sem rede social, sem nada. Eu tentei. Procurei em bar, em baile, até puxei conversa com gente estranha perguntando se conhecia. Ninguém sabia. E cada dia que passava, meu corpo mudava um pouco e a ficha caía mais: eu ia ser mãe, sozinha. Simone foi minha âncora nesse tempo. Me segurou nos enjoos, nas madrugadas de choro, no medo.

