✍️ Narrado por Rey Desci pra boca já era quase meio-dia, o sol batendo forte no ferro do portão e o movimento correndo solto. Pino subindo, nota descendo, rádio chiando sem parar. Me joguei na cadeira de plástico, cigarro queimando no canto da boca e um copo de café preto na mão. O tempo passou, e quem aparece? Braga. Chegou com aquele andar pesado de sempre, sorriso torto, como se fosse parceiro de infância. Só que eu já tava com a pulga atrás da orelha, então fiquei na minha, cara fechada, tragando devagar. Ele se encostou no batente, acendeu o cigarro e mandou logo: — “E aí, patrão… gostou da mina ontem?” Dei uma risada seca, joguei a fumaça pro alto e respondi do jeito que ele não esperava, cuspindo veneno: — “Gostar do quê, p***a? Da mina que tu pagou pra sentar no meu p*u? Hein

