✍️ Narrado por Braga
Voltei no fim da tarde. Céu já avermelhando, cheiro de chuva longe. O movimento do salão diminuía — cliente saindo com cabelo escovado, outras marcando hora pro sábado. Eu fiquei de longe, encostado no carro, tragando devagar, até Simone aparecer apagando as luzes do letreiro.
Ela me viu, deu meio sorriso, mas disfarçou, puxando a chave do bolso do jaleco.
— “Tu de novo, Marcelo? Não cansa, não?”
Cheguei perto, riso de canto. — “Canso de muita coisa… menos de companhia boa. Bora dar aquela volta? Prometi café, mas tô com cara de cerveja.”
Ela hesitou, olhou pra dentro do salão, depois ajeitou a bolsa no ombro. — “A Lívia já subiu. Tá descansando. Então… tá, mas é rápido.”
Entrei no carro com ela. Motor ligado, rádio baixo, cheiro de perfume dela misturado com cou
