✍️ Narrado por Lívia A porta bateu atrás dele e o silêncio que ficou era pesado, sufocante. Eu ainda tava no meio do quarto, abraçada ao vestido, com a respiração curta, como se tivesse levado uma surra sem um tapa. As palavras dele ecoavam na minha cabeça: “Tu vai ficar aqui no morro. Não sai pra nada. Tu e esse menino vão respirar sob meu teto.” Meu coração disparava, e Miguel mexia dentro de mim, como se também sentisse o peso daquelas ordens. Me deixei cair sentada na beira da cama, o pano vermelho escorrendo pelas minhas pernas. O quarto era estranho, cheirava a cigarro, madeira velha, e o medo parecia escorrer pelas paredes. Eu não sabia se chorava, se gritava, ou se arrancava a porta e corria. Foi quando ouvi passos arrastados no corredor. O barulho da porta rangendo me fez l

