📍 PRÓLOGO — O NASCIMENTO DE UM REI ✍️ Narrado por Rey (12 anos)
A primeira vez que eu vi alguém morrer… foi minha mãe. E o sangue que escorreu naquele chão não foi só dela. Foi o meu também. Foi minha infância inteira morrendo junto.
Eu tinha doze anos. Era só um moleque magrelo com a camisa do Flamengo furada e o joelho ralado das quedas na ladeira. Sonhava em ter uma bola nova, um chinelo que não arrebentasse, e uma mãe viva por mais um dia.
Mas sonhar custa caro no morro. E eu paguei o preço no grito.
Era fim de tarde. Céu cinza, pesado, com cheiro de chuva e tragédia. Eu vinha descendo com a mochila nas costas, o caderno todo rabiscado de desenhos. Lembro do barulho da panela batendo na pia. O som da novela tocando baixo no rádio velho. E da voz dela, suave, cantando baixinho enquanto mexia o arroz:
— "Prepara teu banho, Reinaldo… o dia já vai virar noite."
Mas quem virou a noite foi ela.
Eu ainda tava no quarto, tirando o tênis sujo, quando ouvi a porta bater forte. Em seguida, o grito.
— "Não! Pelo amor de Deus, Ronaldo, não faz isso perto do menino!"
Corri. Descalço. Coração disparado.
Cheguei na sala e vi tudo ao mesmo tempo.
Minha mãe, caída no chão. A cara roxa. A boca sangrando. E o meu padrasto… aquele desgraçado… em cima dela. Camisa suada, olhar possuído, com o cinto enrolado na mão.
— "TU PENSA QUE VAI ME DEIXAR? VAI? VAI SAIR COM AQUILO QUE É MEU?!"
Ela não respondia. Só gemia baixo, tentando proteger a cabeça com os braços.
Eu gritei. — "PARA! MÃE!"
Ele me olhou. E eu juro por Deus… eu vi o inferno naquele olhar.
Me empurrou com força. Bati a cabeça na quina do sofá. Sangrou. Não chorei. Porque ali… já não dava mais tempo pra lágrima.
Quando consegui levantar, ela já não respirava. A boca entreaberta, o olho parado.
E ele… fugindo pela porta dos fundos. Correndo. Covarde.
Fiquei ali.
Ajoelhado.
Tremendo.
Com a mão suja do sangue dela.
Chorei.
Chorei como criança que ainda era.
Chorei como filho que perdeu o colo.
Chorei como quem sabia que, dali pra frente, ninguém mais ia lutar por mim.
— “Mãe… acorda, por favor…” — minha voz saía falha, engasgada, desesperada.
Sacudia o corpo dela, como se o calor da minha mão pudesse devolver a vida.
Mas ela já tava fria.
O arroz queimava na panela.
A novela tocava sozinha no rádio.
E eu, ali, sendo quebrado por dentro enquanto o mundo seguia em frente.
Foi então que a porta da frente se abriu de novo.
— “REINALDO?!”
Era a vizinha.
Dona Inês, do barraco de cima.
Entrou apressada, viu a cena, botou a mão na boca.
Mais dois vieram atrás. Um deles era o irmão do Ronaldo — o filho da p**a que matou minha mãe.
— “Leva o menino daqui!” — ela gritou. — “Pelo amor de Deus, chama alguém!”
Me puxaram pelo braço, mas eu não queria soltar ela.
Me debati. Mordi. Gritei.
— “É MINHA MÃE! EU NÃO VOU DEIXAR ELA AQUI! NÃO VOU!”
— “Reinaldo, sai dali, meu filho…”
— “EU NÃO QUERO IR! EU NÃO QUERO FICAR SOZINHO!”
Mas tiraram.
Me arrastaram do barraco como se eu fosse bicho.
E na calçada, no meio da vizinhança toda, veio o veneno.
— “Também… olha o tipo de homem que ela arrumava…”
— “Quem manda se deitar com qualquer um?”
— “Tava pedindo pra acontecer uma tragédia.”
— “O menino vai seguir o mesmo caminho. Vai virar bandido igual ao resto.”
Vi eles tirarem o corpo da minha mãe como se fosse lixo.
Enrolaram num lençol velho. Lençol nosso. Que ela usava na cama quando dava frio à noite e puxava até meu queixo com carinho.
Agora tavam usando pra cobrir o corpo dela.
Botaram numa maca improvisada.
Desceram as escadas do barraco sem cerimônia.
Nem olharam pra mim.
Dona Inês tentava me segurar.
Mas eu só queria ir junto.
Queria segurar a mão dela mais uma vez.
Queria impedir que levassem o último pedaço de casa que me restava.
— “Não leva minha mãe embora! Ela vai acordar… ela só tá dormindo! ELA TÁ DORMINDO!”
Mas ninguém ouviu.
O morro todo assistia de camarote.
Uns de braços cruzados.
Outros cochichando entre si.
Tinha até uns gravando no celular.
E os “amigos”?
Sumiram.
Aqueles homens que batiam na porta pra pedir café, que chamavam ela de “irmãzona”, que davam risada alto com o Ronaldo…
Nenhum apareceu.
A vizinha do lado fechou a janela.
O homem da birosca desviou o olhar.
Os garotos que jogavam bolinha comigo na esquina…
cruzaram a rua.
Ninguém queria chegar perto de quem carrega tragédia nas costas.
Ouvi uma mulher cochichar:
— “Esse menino vai ser igual ao padrasto. Tá no sangue.”
Outra respondeu:
— “Deus me livre. Eu não deixava meu filho brincar com ele nem quando a mãe tava viva.”
Ali…
ali eu senti o chão abrir.
Não só porque perdi a mulher que me criou.
Mas porque entendi: ninguém mais ia me estender a mão.
A favela me empurrou pro fundo.
A quebrada me deixou pra morrer.
E foi no meio daquele abandono que nasceu a primeira faísca do que eu sou hoje.
Deitado num colchão velho na sala da Dona Inês, com o barulho da chuva batendo no telhado furado, eu prometi:
— “Eu nunca mais vou depender de ninguém.”
— “Nunca mais vou baixar a cabeça.”
— “E se o mundo me deu a dor… eu vou devolver o terror.”
Acordei no outro dia com os olhos ardendo e o peito seco.
Minha infância tinha acabado.
Meu coração… congelado.
E a partir dali, qualquer um que sorria demais… eu já via com desconfiança.
Porque aprendi da forma mais c***l que quem bate nas costas hoje… pode ser o mesmo que aperta o gatilho amanhã.
Minha mãe foi enterrada dois dias depois.
Não teve velório.
Não teve caixão decente.
Não teve flor, nem oração, nem gente de verdade chorando por ela.
Só eu.
E a terra molhada.
E o vento cortando meu rosto como se o mundo quisesse me lembrar que, dali em diante, seria eu contra tudo.
O corpo dela foi levado direto pro cemitério como indigente.
Assinaram como “acidente doméstico”.
Deram baixa como se ela tivesse tropeçado num pesadelo e morrido sozinha.
Não teve investigação.
Não teve manchete.
Não teve justiça.
O Ronaldo… desapareceu.
Sumiu no mapa.
Disseram que foi embora do estado. Outros juravam que tava escondido na casa de um parente.
Mas ninguém foi atrás.
Ninguém fez questão.
Ela morreu gritando, pedindo ajuda —
e o mundo inteiro ficou em silêncio.
Lembro do coveiro, suado, cigarro no canto da boca, perguntando:
— “É esse aqui, né?”
Como se fosse lixo.
Como se fosse qualquer uma.
Como se ela não fosse minha mãe.
Eu queria gritar.
Queria bater em todo mundo.
Queria abrir a terra e entrar junto.
Mas não fiz nada.
Fiquei parado.
Com os olhos secos e a alma em frangalhos.
Vendo jogarem pá de terra no que sobrou da única pessoa que me chamava de filho com orgulho.
Não teve cruz.
Só uma placa de madeira torta.
Com o nome dela escrito errado.
> “Maria das Dores Menezes — falecida 02/05.
Desconhecida.
Indigente.”
Indigente é o c*****o.
Era minha mãe.
Era tudo que eu tinha.
Dona Inês me segurou pelo ombro na saída, tentando consolar com palavras vazias.
— “Ela tá em paz agora, meu filho…”
Mas eu não queria paz.
Eu queria justiça.
Eu queria sangue.
Foi ali, no fim daquela cova rasa, que eu jurei por dentro:
> “Se um dia eu tiver poder,
Ninguém mais vai enterrar uma mãe assim.
Ninguém mais vai esquecer quem sou.
E o desgraçado que fez isso…
vai pagar.
Com cada gota.
Com cada osso.
Com cada súplica que ele me fez engolir.
Eu vou devolver.
Em dobro.”
Desde aquele dia, eu não falei mais meu nome.
Reinaldo morreu ali.
Ali mesmo, na beira do buraco onde enterraram minha mãe.
O moleque que sonhava com bola nova e carinho... sumiu.
O que ficou de pé naquela terra fria, com a alma cheia de faca e a garganta seca de tanto engolir injustiça, foi o embrião do que o morro conheceu depois.
Foi ali que nasceu o Rey.
Não foi no corre.
Não foi na primeira arma.
Não foi quando me chamaram de patrão.
Foi na perda.
Foi na solidão.
Foi no silêncio que veio depois de tanto grito que ninguém escutou.
A favela seguiu.
A vida seguiu.
Mas eu não.
Eu travei ali.
Fiquei preso naquela imagem:
minha mãe deitada, a cara roxa, o corpo gelado, e ninguém, NINGUÉM, fazendo nada.
Aos treze, eu já tava na contenção da boca.
Ouvi mais segredos do que padre.
Vi mais morte do que muito homem velho.
Com catorze, carregava entrega no estômago.
Se o rádio chiava, eu sabia pra onde correr.
Se o comando precisava, eu fazia.
Sem medo.
Sem dó.
Sem nome.
Até que começaram a me chamar de moleque “diferente”.
Porque eu não sorria.
Porque eu não falava demais.
Porque eu não esquecia.
Com quinze, derrubei meu primeiro traidor.
Não com pressa.
Mas com precisão.
Olhei no olho, e antes de puxar o gatilho, perguntei:
— “Cê lembrava da Maria das Dores?”
Ele nem respondeu.
Nem precisava.
Porque eu lembrava.
E pra cada um que esqueceu...
eu virei lembrança viva.
Na bala. No medo. No poder.
Hoje, meu nome ecoa no morro.
Não por causa de título.
Mas porque quem viveu o que eu vivi...
não se curva.
Não perdoa.
E não esquece.
Então, se tu quer saber como eu virei o Rey…
Fica.
Lê.
Acompanha.
Porque isso aqui não é só minha história.
É o preço que o mundo pagou por me deixar crescer na dor.
E o desgraçado que matou minha mãe?
Ah…
esse ainda tem um encontro marcado comigo.
E quando chegar a hora...
vai doer.
Em mim não.
Mas nele?
Vai doer até na alma que ele vendeu.
E aí, meninas...
Querem mesmo saber como o moleque de 12 anos virou o temido Rey do Morro?
Então anota aí: no dia 22 de agosto, cês têm um encontro marcado comigo — e com essa história que não alivia no soco, nem na emoção.
Vamos falar de dor, de perda, de superação...
Mas também vamos falar de amizade. Da verdadeira.
Não precisa ser amizade de selfie, de estar todo dia colada.
Às vezes, o laço mais forte é aquele que nasceu online, longe do toque, mas perto da alma.
Tem gente que nunca te viu pessoalmente, mas enxerga tua dor melhor que quem te abraça todo dia.
Tem amiga que mora em outro estado e sente tua queda antes de tu mesma perceber.
E tem irmã de alma que chega por mensagem… mas salva tua semana inteira com uma frase.
Então prepara o coração.
Porque "O Dono do Morro e a Viúva" não é só sobre crime, poder e passado.
É sobre laços.
Sobre perdas que moldam.
E sobre a força de continuar mesmo quando o mundo inteiro vira as costas.
📚 Dia 22 de agosto
Adiciona na biblioteca, marca o lembrete, compartilha com a tua melhor amiga — a de verdade.
E vem.
Porque a quebrada vai tremer.
E tu vai sentir cada página como se fosse tua história também.
...E sobre a Lívia, ah…
Essa mulher não veio pra ser salva.
Veio pra ser o caos com batom vermelho.
A tempestade que dança no fogo e ainda sopra brasa no ouvido de quem ousar encarar.
Gordinha. Fogueta. Desejada. E perigosa.
Ela não precisa de permissão.
Ela entra, seduz, provoca e depois vira as costas com aquele rebolado que quebra homem feito vidro no chão.
E Rey…
O dono do morro, o fodão tatuado que nunca se apaixonou…
Vai ver o mundo ruir quando descobrir que o passado tem curvas, tem cheiro, e tem nome:
Lívia.
Ela vai jogar ele no próprio jogo.
Vai tirar a camisa dele com a unha.
Vai morder o lábio dele e sussurrar no ouvido antes de sumir — deixando o gosto, o veneno, e a saudade.
Porque esse livro aqui, minha filha, é quente.
É favela, é crime, é pegação de parede, de porta aberta, de desejo que não pede desculpa.
É representatividade com t***o, com mulher real, com corpo de verdade.
Mulher que goza, que grita, que toma a frente — e depois pergunta se o cara ainda tá vivo.
📚 "O Dono do Morro e a Viúva" Estreia 22 de agosto no Dreame.
Adiciona na tua estante. Marca a amiga que AMA uma gordinha quente, dona de si.
Prepara o ventilador. Ou o balde de água. Ou o vibrador mesmo.
Porque esse livro vai te deixar molhada…
…de emoção. De raiva. De t***o.
E quando terminar?
Tu vai querer mais.
Muito mais.
Vem comigo?
🔥 Val Veiga te espera na quebrada.
Com tiro, com beijo, com verdade.
E com um trono que vai balançar na mão de uma viúva… gordinha… caliente…
e imparável.